Estadão Conteúdo - O presidente eleito Jair Bolsonaro disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira (1º) que o juiz federal Sérgio Moro terá carta branca para comandar o Ministério da Justiça, que terá sob seu comando outros órgãos de controle, como “parte” do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Ele disse também que “se o PT está reclamando da nomeação, eu fiz a coisa certa”.

Advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva devem entrar com um pedido de habeas corpus para soltá-lo, usando como argumento a nomeação de Moro.

Segundo eles, isso caracterizaria parcialidade do juiz. “Foi decisão difícil, ele (Moro) vai abrir mão da carreira dele”, disse Bolsonaro. “É um soldado que está indo a guerra sem medo de morrer.” LEIA TAMBÉM » Moro aceita convite de Bolsonaro para ser ministro da Justiça » Bolsonaro: Moro poderá criar agenda contra corrupção e crime organizado » Lula usa ‘Moro ministro’ para apontar imparcialidade em julgamento » ACM Neto elogia nome de Sérgio Moro no Ministério da Justiça.

Delegados aprovam indicação O presidente eleito disse ainda que a Lava Jato continuará atuante mesmo sem Moro no comando da 13ª Vara de Curitiba.

Bolsonaro também disse que o juiz segue cotado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) desde que ele tenha um substituto no MJ.

Questionado se Moro será um “xerife” de seu governo, o presidente eleito respondeu: “Se você quiser dar esse nome para ele…” Ainda de acordo com Bolsonaro, Moro teve o mérito, durante a Operação Lava Jato, de “colocar na cadeia gente que não pensou que passaria 10 minutos por lá.” » Decisão de Moro é positiva para ‘causa anticorrupção’, diz Dallagnol » É ‘um ganho’ ter Moro no Executivo, diz Jungmann » PT diz que ‘máscara’ de Moro caiu e cobra julgamento no CNJ » Com saída de Moro, juíza Gabriela Hardt assume Lava Jato “O trabalho dele é muito bem feito.

Em função do combate à corrupção, da Operação Lava Jato, as questões do mensalão, entre outros, me ajudou a crescer politicamente falando”.

Bolsonaro abordou outros temas da transição na coletiva.

Ele confirmou que deve desistir da união dos Ministério da Agricultura e do Meio Ambiente depois de setores do agronegócio terem alertado para o risco de sanções comerciais. “Não tenho problema de voltar atrás, mas será um ministro do Meio Ambiente do Bolsonaro”, disse. “Não vai ter trabalho de xiita no meio ambiente.” » ‘Moro ajudou a eleger Bolsonaro e agora vai ajudar a governar’, diz Gleisi » Bretas: Competência profissional e dignidade pessoal não faltam a Moro » Ao chegar ao Rio, Moro diz que País precisa de agenda anticorrupção » Mulher de Moro comemora vitória de Bolsonaro nas redes sociais O presidente confirmou a intenção de transferir a Embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém e disse que pretende fechar a representação diplomática nos territórios palestinos. “Temos respeito por Israel e pelo Mundo Árabe, não queremos problema com ninguém”, disse.

Bolsonaro disse também que irá para Brasília na terça-feira discutir a transição, mas voltará na quinta.

Segundo ele, a bolsa de colostomia ainda lhe impõe restrições.

Ele passará por cirurgia para retirá-la em 12 de dezembro.