Por Luciano Siqueira, especial para o Blog de Jamildo Quem luta a vida inteira há de aprender a vencer e a perder.

Sobretudo na derrota, quando um mínimo de bom senso se exige para avaliar o que se passou.

Na História, ricos são os exemplos de líderes e correntes políticas que se tornaram vitoriosos após terem sofrido contundente derrota.

Souberam aprender com a experiência, empreenderam análise multilateral e conscienciosa da batalha travada e, paulatinamente, acumularam fatores que permitiram a vitória na refrega seguinte.

Daí a expressão “a derrota é a mãe de todas as vitórias”.

Ou: a essência de uma orientação tática se esclarece no desdobramento da situação, seja na vitória ou não derrota.

Ultrapassa o limite temporal imediato.

O campo democrático e progressista, a esquerda em particular, têm muito que a avaliar após a derrota do último dia 25, no pleito presidencial.

Mas têm que esperar a poeira baixar, sob pena de precipitar conclusões antes mesmo do cotejamento de todos os fatores que contribuíram para o resultado da peleja.

Pior é alinhavar uma análise superficial e contaminada de ressentimentos e atacar aliados.

Leva a nada.

Travou-se uma guerra de no mínimo três anos de duração, envolvendo forças poderosas e pondo em movimento uma gama de variáveis, algumas evidentes, outras explicitadas só no auge da disputa.

Aos vencedores, se forem capazes disso, caberá a avaliação adequada do terreno movediço em que caminharão desde o primeiro momento que iniciarem o governo.

Sobretudo porque terão que enfrentar ampla resistência (incluindo parcelas dos eleitores que elegeram o novo presidente) à implementação da agenda ultra liberal.

Aos perdedores, paciência e despojamento, respeito às diferenças e discernimento estratégico.

Há uma longa e sinuosa a ser percorrida.