Tiago Lima Carvalho Secretário Geral da JSB de Pernambuco Gestor de Políticas Públicas de Juventude de Palmares Estudante de Relações Internacionais Asces-Unita Nós todos nos declaramos pela liberdade, mas ao usar a mesma palavra nós não dizemos a mesma coisa".
Abraham Lincoln é o maior estadista da histórica americana e pronunciou essa frase na véspera da Guerra de Secessão, guerra civil que teve como pano de fundo principal a luta pela abolição da escravidão liderada por ele contra os oligarcas escravocratas do sul dos Estados Unidos.
No Brasil, na época da escravidão, também havia os membros do “Partido Liberal” que votavam contra a abolição, sob a justificativa de que o fim da escravidão traria um colapso à economia nacional.
Sempre o cinismo do argumento econômico para justificar o apoio à tirania, sendo que Adam Smith já havia escrito um século antes sobre os prejuízos da escravidão para a prosperidade de uma sociedade.
Na época da ditadura militar, havia os liberais que não só apoiaram o golpe de Estado, mas também sustentaram o regime.
Hoje no Brasil, há aqueles que se reivindicam liberais e apoiam a candidatura com características mais autoritárias, antiliberais e contra direitos individuais da disputa.
A The Economist desta semana, inclusive, traz um texto crítico magistral sobre a perversão da tradição liberal no Brasil e na América Latina e diz que com o apoio a Bolsonaro estamos revivendo o casamento profano entre economia de mercado e autoritarismo político [1].
O Pedro Menezes, do Mercado Popular, também relembra, no Nexo, que liberalismo não se resume a economia e o apoio ao bolsonarismo representa um erro dos liberais nacionais [2].
No entanto, é bom separarmos o joio do trigo e não jogarmos todos liberais na mesma vala.
Para além dos movimentos sociais abolicionistas, no parlamento do Império, foram liberais autênticos como Joaquim Nabuco e Rui Barbosa, que lideraram a luta pelo fim da escravidão e pela extensão da liberdade a todos os brasileiros.
Na época das ditaduras tanto do Estado Novo como a militar, muitos liberais também se opuseram com firmeza a ambos regimes autoritários.
Existe também uma tradição dos liberais que defendem - sim - liberdade econômica (economia de mercado), mas não se esquecem da importância até mais fundamental das liberdades individuais e das liberdades políticas: o liberalismo mais completo e autêntico (defendido pela The Economist).
Podemos escolher de qual lado estamos!
Por fim, falta ao Brasil uma tradição forte de liberalismo do tipo canadense.
Um partido liberal comprometido com os direitos humanos, os direitos de minorias, o meio ambiente, a economia de mercado, a redução da pobreza e a promoção da igualdade de oportunidades.