Na Agência Brasil O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, derrotado no primeiro turno, postou hoje (27) um vídeo de pouco mais de 2 minutos para informar ao eleitorado que não vai apoiar a candidatura de Fernando Haddad (PT) na disputa pelo Palácio do Planalto.
Segundo ele, “uma razão muito prática”, a qual não revelou o impede de assumir posição na véspera do segundo turno. “Claro que todo mundo preferiria que eu, com meu estilo, tomasse um lado e participasse da campanha.
Mas eu não quero fazer isso agora, por razão muito prática, que não quero dizer agora porque, se eu não posso ajudar, atrapalhar é que eu não quero.” No vídeo, Ciro aparece de camisa preta, sentado, em um ambiente que parece ser a sala de uma casa.
O vídeo foi postado um dia depois de ele ter chegado de uma viagem de quase três semanas à Europa.
O candidato derrotado disse que eleitores devem votar de acordo com sua ideologia e não com medo. “Nada de medo.
Não será com medo que nós vamos enfrentar o que quer que venha por aí.
Vocês sabem que estarei na linha de frente para enfrentar o que quer que seja.” Ontem (26), em dois atos políticos distintos, em João Pessoa e Salvador, Haddad afirmou que aguardava um “gesto importante” de apoio de Ciro, que desembarcou na noite de sexta-feira, no aeroporto de Fortaleza.
O candidato do PT fez vários elogios a Ciro Gomes e ao PDT.
No último dia 10, o PDT declarou “apoio crítico” a Haddad.
Dias depois, o ex-governador Cid Gomes, irmão de Ciro, em um ato político, fez severas críticas ao PT e a Haddad.
Vale também a leitura abaixo Por Igor Maciel, na coluna de Política do JC Para não ser Marina Silva Ciro Gomes (PDT) tem muitos defeitos, mas não é bobo.
Não é de ficar enfeitiçado com o poder e sabe jogar o xadrez político como poucos no País.
O pedetista entende bem o que Haddad (PT) quer quando declara que a esposa estaria com ciúmes porque ele só fala no pedetista.
Não, não é amor.
Também não é só necessidade eleitoral.
Salvo um “tsunami”, como disse o presidente do Ibope, o PT não ganha esta eleição.
Mas o partido precisa seguir líder da esquerda.
Colocar Ciro debaixo da própria asa em uma eleição, pedindo votos como um militante para o “plano B” de Lula, pode enfraquecer, no futuro, a tentativa do cearense de enfrentar o PT e ocupar posição de líder.
As opções: se não der apoio a Haddad, Ciro acabará assistindo a derrota do PT enquanto é saudado como “aquele que poderá ser presidente um dia”, mas corre o risco de ser visto como covarde.
Já se atender o chamado sedutor de Haddad, poderá terminar acumulando a derrota do petista pra carregar no futuro.
Bastaria ficar em cima do muro e deixar que o destino se encarregue.
Ele voltaria como opção daqui a quatro anos, nos braços do povo.
Parece uma solução simples e certa a seguir?
Pergunte a Marina Silva.