O líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), criticou nesta sexta-feira (26), em nota, as ações da Polícia Federal em 17 universidades do País nas últimas 48 horas, além da decisão judicial que atingiu o bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Limacêdo Antônio da Silva.
Nesses casos, os magistrados alegaram que havia manifestações a favor de apenas um candidato à presidência. “A ação dos magistrados encontra paralelo em situações vividas ao longo da ditadura militar em que o país foi mergulhado entre 1964 e 1985, quando qualquer denúncia anônima era suficiente para se perseguir, prender, torturar, matar e desaparecer com corpos de opositores”, afirmou Humberto Costa, em nota, sobre a decisão envolvendo o bispo.
LEIA TAMBÉM » Juízes veem propaganda ilegal, professores e alunos falam em censura » Após ação da PF em universidades, Gilmar diz que é preciso ‘ter cautela’ O documento para o bisco alega que o mandado foi expedido “tendo em vista denúncias recebidas através do sistema pardal, de que o bispo Dom Limacêdo Antônio da Silva, bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, momento da missa fazendo apologia a certa candidatura e dizendo para não votar na outra, induzindo o voto dos fiéis”.
A notificação é para que o religioso “se abstenha de fazer propaganda eleitoral de qualquer natureza (direta ou indireta) em benefício de quaisquer dos candidatos em templos religiosos, em face da expressa proibição legal”.
O senador classificou as ações como “fatos estranhos à normalidade política e à plenitude do Estado democrático de direito”.
Para ele, as decisões são “esdrúxulas”. “Tais manifestações, diga-se de passagem, não mencionam predileção eleitoral, mas denunciam ações fascistas.
Denúncias que, em tempos normais, devem ser motivo de aplauso e não de punição”, defendeu. “Este fato merece o repúdio de todos os brasileiros.
Assim como merece ser rechaçada, de imediato, toda e qualquer ação que ponha em risco a liberdade de expressão e a democracia.
Neste momento, expressamos a Dom Limacêdo Antônio da Silva nossa estima e nossa solidariedade.”