A polarizada disputa presidencial deste ano, de sucessivos eventos de altíssima repercussão nas redes sociais, vem se definindo como o acontecimento de maior impacto da internet no Brasil.
Desde o começo de outubro, contam-se cerca de 45 milhões de tuítes sobre os candidatos à Presidência — volume não visto em nenhum outro fato político do país na web.
Diariamente, o debate sobre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad apresenta soma superior a 1,5 milhão de postagens, em média, e com contínua tendência de crescimento, conforme se aproxima o segundo turno.
Sob esse cenário, a atuação de robôs em ambos os lados, que havia caído desde o fim de setembro, aumentou de novo, tanto em proporção do debate quanto em volume absoluto de retuítes feitos por contas automatizadas.
Entre quarta-feira, 10 de outubro, e esta terça (16), houve 852,3 mil publicações de robôs; a base de apoio a Bolsonaro respondeu por 602,5 mil destes, e o grupo pró-Haddad por 240,2 mil.
Enquanto isso, no Facebook, o candidato do PSL continua com um abismo de vantagem para o petista, que aumentou atividade na rede e tem ganhado maior engajamento.
No entanto, com dificuldades para, às vésperas da votação, reduzir o apoio maciço que consolidou Bolsonaro em vantagem ampla nas pesquisas de opinião.
O debate econômico O volume de publicações do debate econômico referente a Bolsonaro e Haddad caiu à metade na última semana, após o expressivo pico de menções ocorrido com o resultado do primeiro turno.
De forma geral, o debate foi disperso em relação aos dois candidatos, com foco em críticas às propostas econômicas mas não se concentrando em nenhum tema específico.
Bolsonaro teve queda mais forte, quase 67% em relação à semana passada.
O que mais repercutiu sobre o candidato foi a entrevista que deu ao SBT e a fala, que foi elogiada pelos usuários, de que vai propor novas medidas para a Reforma da Previdência.
Já a divulgação de um plano energético para geração de empregos, incluindo a possibilidade de construção de hidrelétricas de grande porte na Amazônia, também mobilizou comentários, que ficaram mais focados na expectativa da geração de empregos do que no provável impacto ambiental da medida.
Haddad também apresentou queda, de 24%, no período.
O debate repercutiu notícias que citam declarações sobre propostas econômicas do candidato e, também, tuítes do próprio Haddad.
A promessa de que não manterá ninguém da equipe econômica de Temer, caso seja eleito, mobilizou comentários a seu favor, causando um pico de menções no dia 16.
Por outro lado, as propostas relacionadas a impostos, como a de isenção do imposto de renda para quem ganha até cinco salários mínimos e a de que vai taxar grandes fortunas, geraram repercussão negativa.
Também repercutiram sobre Haddad sua posição contra privatização e a especulação de quem seria o seu ministro da Fazenda, com comentários que comparam com a escolha feita pelo Bolsonaro para o mesmo cargo.