Estadão Conteúdo - As urnas reforçaram a bancada evangélica no Congresso Nacional.

Para a Câmara dos Deputados foram eleitos 84 candidatos identificados com a crença evangélica – nove a mais do que na última legislatura.

No Senado, os evangélicos eram três e, em 2019, serão sete parlamentares.

No total, o grupo que tinha 78 integrantes ficará com 91 congressistas.

O levantamento é do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), com base nos dados disponíveis no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em 2014, o Diap identificou 75 deputados seguidores da doutrina evangélica.

Em 2010, a bancada tinha 73 representantes na Câmara. var divElement = document.getElementById(‘viz1539895048941’); var vizElement = divElement.getElementsByTagName(‘object’)[0]; vizElement.style.width=‘100%’;vizElement.style.height=(divElement.offsetWidth*0.75)+‘px’; var scriptElement = document.createElement(‘script’); scriptElement.src = ‘https://public.tableau.com/javascripts/api/viz_v1.js'; vizElement.parentNode.insertBefore(scriptElement, vizElement); Para o Diap, integram a bancada os parlamentares que se declaram evangélicos ou se alinham ao grupo na votação de temas ligados à religião e aos costumes, além dos que ocupam cargos nas estruturas das instituições religiosas, como bispos, pastores, missionários e sacerdotes, e dos cantores de música gospel.

Formada por parlamentares de diferentes partidos, a bancada evangélica atua de forma organizada no Congresso.

Em 2003, foi registrada como Frente Parlamentar Evangélica, renomeada como Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional.

Embora não seja expressiva em números, a bancada evangélica é forte em votos.

Entre os 84 deputados eleitos, nove são campeões de votos em seus estados.

Por exemplo, o deputado reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) teve 1.843.735 votos, a maior votação nominal registrada no país.

Raça A próxima legislatura terá 5% a mais de deputados que se autodeclararam pretos e pardos, em relação à atual composição da Câmara.

Dos 513 eleitos, 385 se declaram brancos, 104 pardos, 21 pretos, dois amarelos e um indígena.

Os negros representam 24,4% da Câmara, mas, na população brasileira, são 54,9%.

Dos 54 senadores eleitos, 40 se reconhecem como brancos, onze pardos e três pretos. var divElement = document.getElementById(‘viz1539895331470’); var vizElement = divElement.getElementsByTagName(‘object’)[0]; vizElement.style.width=‘100%’;vizElement.style.height=(divElement.offsetWidth*0.75)+‘px’; var scriptElement = document.createElement(‘script’); scriptElement.src = ‘https://public.tableau.com/javascripts/api/viz_v1.js'; vizElement.parentNode.insertBefore(scriptElement, vizElement); Além da sub-representação da população negra no Congresso, Ana Flávia Magalhães, professora do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB), destaca que parte dos que se declaram pretos e pardos não tem comprometimento com o combate à exclusão dos negros e ao racismo. “Alguns não se identificam com a agenda de combate ao racismo e ainda desqualificam a luta negra no Brasil.” Para reverter esse quadro, Ana Flávia, pesquisadora da atuação político-cultural dos negros no país, defende as políticas afirmativas, como a destinação de parte do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) aos candidatos da comunidade negra.

Ela cita também a necessidade de comprometimento dos partidos com o debate da desigualdade que atinge a população negra no país, excluindo-a dos principais postos políticos. “As candidaturas negras não são priorizadas nem pelos partidos de esquerda nem de direita.

Não adianta termos grupos artificiais que não levam adiante a questão do racismo”, argumentou.

Segundo a historiadora, “é preciso debater com seriedade e responsabilidade, pois o racismo é uma chaga profunda na democracia brasileira”.