Por Manoel Fernandes, no relatório Bites Atribuída ao poeta Ésquilo, a frase “Na guerra, a verdade é a primeira vítima”, se tornará uma constante nas próximas 48 horas no Brasil.
As fábricas de notícias falsas irão trabalhar em três turnos com foco em espalhar boatos em vários estados, especialmente o Nordeste, onde se trava uma luta por cada eleitor entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad.
No início da tarde de hoje, o Google registrou o aumento do interesse dos internautas que moram nos estados nordestinos em torno da palavra-chave “camisa de Bolsonaro”.
A explicação é uma foto que circula em grupos de Whatsapp e perfis nas redes sociais com Flavio Bolsonaro, filho do candidato do PSL.
Na imagem manipulada e já classificada como fake News por jornais locais, ele aparece com duas frases racistas contra nordestinos: “Movimento nordestinos voltem pra casa.
O Rio não é lugar para jegue.” Também em comunidades pró-Bolsonaro no Whatsapp circulam boatos sobre o possível apoio do candidato do Partido Novo, ainda no primeiro turno, ao deputado do PSL.
Mas, o maior eixo de produção dos aliados de Bolsonaro envolve “notícias” sobre a insegurança das urnas eletrônicas.
Nas últimas horas, o interesse nas buscas no Google chegou ao patamar de 45 na escala que vai até 100.
Veja mais análises Os atuais movimentos da opinião pública digital confirmam as tendências apontadas pelo time de análise de BITES nas últimas semanas.
A força de Jair Bolsonaro no universo digital é inquestionável e foi subestimada pelos seus adversários e alguns analistas políticos.
Essa onda se transformou em um tsunami digital. “Suor, saliva e sola de sapato”, recursos analógicos de uma campanha até hoje, não foram suficientes para viabilizar as candidaturas que apostaram nesse conceito.
Os impactos para a classe política na sua relação com o eleitorado serão imediatos.
Deputados, senadores e governadores, eleitos amanhã, precisarão mudar por completo a sua visão sobre o universo da Internet e redes sociais.
E o mais importante: a lição foi aprendida sem a necessidade de contratar “o marqueteiro de Obama”, como aconteceu em 2014.
Essa dinâmica de Bolsonaro, talvez, não garanta a vitória no primeiro turno, quadro que pode mudar nas próximas horas, mas o colocará numa posição de força diante do seu adversário no segundo turno.
O PT, paralisado nos últimos dias e surpreendido com essa onda digital, caso se confirme como o oponente do deputado, precisará reavaliar profundamente as estratégias, fazendo uma autocrítica da sua postura diante da Internet.
O apoio de Lula não é mais suficiente para a nova empreitada que pode começar na segunda-feira.