Na véspera da votação de primeiro turno, o candidato de oposição, Armando Monteiro, do PTB, gravou um vídeo em que diz que não vai votar de jeito algum no candidato do PT, Fernando Haddad, no segundo turno. “Já sabemos onde não estaremos no segundo turno.

Nós não estaremos com a candidautura do PT (apoiada por Paulo Câmara).” O candidato não disse, ao menos diretamente, que estará com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que nao contou com palanque oficial em Pernambuco.

A gravação ocorre depois que se verifica uma espécie de onda conversadora, especialente no Nordeste, em reação ao movimento realizado por feministas em todo o Brasil contra o candidato Bolsonaro.

Neste sábado mesmo, o senador Magno Malta, do Espírito Santo, um dos mais destacados aliados do presidenciável Bolsonaro, apareceu nas redes sociais dos pernambucanos, nesta véspera das eleições, pedindo votos para o deputado federal Bruno Araujo, que disputa o Senado nestas eleições por Pernambuco.

Malta diz que o candidato do PSL precisará de parlamentares alinhados com ele para poder governar, caso seja eleito.

Até aqui, o candidato da oposição havia se recusado a anunciar o apoio ao candidato a presidente, de modo a evitar carrear para sua campanha os indices de rejeição do escolhido.

Em Pernambuco, apenas Haddad, por conta do apoio de Lula, não era tão rejeitado pelos eleitores.

O presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, não aparece bem nas pesquisas no Nordeste e em especial em Pernambuco.

Com a ajuda, os tucanos planejam reverter alguns votos.

Em São Paulo, o candidato do PSDB ao governo, João Doria, também tem feito acenos na direção de Bolsonaro.

Como o concorrente Skaf se antecipou, Doria teme ser passado na disputa pela onda bolsonarista.

Em Pernambuco, Bruno Araujo, candidato ao Senado na chapa de oposição, deu uma guinada que pode ser percebida há duas semanas, quando deu entrevista nas sabatinas do Resenha Política.

Nas falas, Bruno Araujdo disse que, em um eventual segundo turno, não votaria no PT, sinalizando para o PSL.

O movimento também ajudaria o próprio Bolsonaro em Pernambuco, que não teve palanque desde o começo da disputa.

O candidato da Rede, Julio Lossio, tentou apresentar-se como representante destes votos, ao receber apoio do coronel Meira e o empresário Gilson Machado, dois aliados de Bolsonaro em Pernambuco.

No PT, o receio com o avanço de Bolsonaro na região Nordeste é visível.

Neste final de semana, a campanha do petista Fernando Haddad decidiu aproveitar os momentos finais da disputa presidencial para tentar barrar o avanço do PSL sobre o eleitorado de Lula na região Nordeste.

Haddad marcou de última hora uma caminhada em Feira de Santana, a maior cidade do interior da Bahia, para a manhã deste sábado, 6, véspera da eleição.

O plano inicial do PT era focar a região Sudeste na reta final da campanha.

De acordo com a Veja, trackings da campanha petista mostraram que Bolsonaro cresceu nos últimos dias entre o eleitorado de baixa renda do Nordeste, única região onde o candidato petista tem vantagem sobre o deputado.