Do relatório da empresa Bites, de acompanhamento das redes sociais Os aliados de Ciro Gomes e aqueles que defendem o voto útil no candidato do PDT trabalham intensamente desde cedo para conter a onda pró-Bolsonaro e a possibilidade de uma vitória do PSL ainda no 1º turno.
A hashtag #ciro12nosegundo enfrenta outras três – #elenão, #forapt1turno e #bolsonaroamordobrasil – entre as dez expressões mais utilizadas no Twitter até às 16h30 dessa quarta-feira.
No Facebook, Bolsonaro e Ciro travam uma batalha para conquistar compartilhamentos de seus posts nas respectivas fanpages.
O objetivo é amplificar as mensagens dentro das redes dos seguidores.
Por enquanto, Bolsonaro está com uma larga vantagem.
Entre terça e quarta, o deputado produziu 7 posts no seu Facebook e conseguiu 281.537 compartilhamentos.
Ciro fez 13 publicações e obteve 39.187.
Haddad fez 20 e alcançou 21.321 compartilhamentos.
Os sinais desta quarta indicam que a tração de Bolsonaro nas redes sociais sofreu uma aceleração nos últimos dias.
Nos últimos 30 dias, ele conquistou 106 mil seguidores por dia.
Desde sábado, quando aconteceram os movimentos do #EleNão, a adesão diária nas redes sociais do candidato foi para 163 mil, variação de 54%.
Esse desempenho deve impactar nas próximas pesquisas, mas ainda é incógnita o teto digital do candidato.
O atual fluxo tem relação direta com o sentimento antipetista que está emergindo com força nos últimos dias.
A Internet está conectada a agenda de interesses da opinião pública digital.
Esse é o caso da reportagem mais compartilhada no Brasil nesta quarta sobre o pai que assassinou a filha após sair da cadeia sob a acusação de ter estuprado a adolescente.
Essa é a notícia está ganhando impulso com a ajuda de perfis e sites próximos às teses do candidato Jair Bolsonaro na questão do combate à violência.
Até agora foram 576 mil compartilhamentos no Facebook a partir de vários links de sites de notícias.
Veja abaixo o relatório da FGV do Rio de Janeiro com o mesmo cenário A três dias das eleições, Bolsonaro mantém liderança folgada nas redes Ciro e Haddad disputam segundo lugar em Twitter e Facebook, aponta FGV DAPP Depois de um início de semana agitado pela repercussão das manifestações do fim de semana e pela divulgação de levantamentos de intenção de voto, as menções aos cinco presidenciáveis mais bem posicionados nas últimas pesquisas mostram Jair Bolsonaro consolidado com folga em primeiro lugar em menções no Twitter e em engajamento no Facebook.
O candidato do PSL, apesar de oscilações de alta e queda desde segunda, segue gerando volumes diários de menções superiores a 1 milhão de referências, muito acima dos adversários, articulados em torno da consolidação de um nome capaz de vencer o deputado em um eventual 2º turno.
Entre segunda e terça, Ciro Gomes ultrapassou Fernando Haddad, que vinha em segundo na semana passada, apresentando uma tendência de crescimento nos últimos três dias.
Ambos os candidatos, no entanto, ainda mantêm volumes similares de interações nas duas redes.
Marina Silva apresentou a maior alta de terça-feira (02) para quarta (03) no Twitter e vem se revezando com Geraldo Alckmin nas quarta e quinta posições entre os candidatos analisados no período.
Jair Bolsonaro Entre as publicações sobre o candidato do PSL mais retuitadas, destacam-se críticas à imagem compartilhada nesta quarta (03) de dois partidários que quebraram uma placa de homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco, e publicações críticas.
Tuítes apontam “incoerências” nos argumentos usados pela militância a seu favor, como a defesa do armamento por pessoas que teriam dificuldade de adquirir uma arma, pelo seu alto preço, ou a defesa do combate à violência por um candidato tido por esses usuários como violento.
Quando comparado a outros candidatos, Bolsonaro é elogiado. É recorrente a imagem de uma campanha sem dinheiro, nem tempo de TV e que, entretanto, consegue alcançar o eleitor por sua “simplicidade”.
Ciro Gomes Ciro segue associado majoritariamente a uma pauta focada no 2º turno e na construção de uma terceira via contra Haddad e Bolsonaro, impulsionada por movimentos de endosso à união de candidatura com Alckmin e Marina.
Muitos tuítes com repercussão significativa pedem votos para o candidato e o posicionam como um presidenciável com agenda voltada para as mulheres — ainda que uma das postagens mais retuitadas de terça-feira (02) envolva o comentário de Guilherme Boulos sobre suposta afirmação de Ciro em crítica ao movimento #elenão.
Ciro é criticado, em menor número de publicações, por atitudes tidas como machistas e ofensivas.
Fernando Haddad Haddad vem em disputa com Ciro pela segunda posição ao longo da semana.
Nesta quarta, ambos perderam volumes, com o pedetista um pouco à frente de Haddad.
O petista reúne menções bastante equilibradas nos últimos dias.
Por um lado, apoiadores de sua campanha reforçam atributos negativos de Bolsonaro, compartilham momentos das manifestações contra ele (com ênfase para os movimentos de mulheres) e acusam as últimas pesquisas de servirem ao “interesse” de grupos que querem desestabilizar a candidatura do PT — argumento também utilizado em publicações sobre a quebra do sigilo da delação de Palocci, pelo juiz Sérgio Moro.
Facebook Na análise do engajamento nas páginas dos cinco presidenciáveis com maior intenção de votos nas últimas pesquisas, Bolsonaro segue liderando no acumulado dos últimos sete dias.
Ao todo, o candidato do PSL mobilizou 9,3 milhões de compartilhamentos, reações e comentários em suas publicações, superando em mais de sete vezes o segundo colocado — Ciro Gomes, que superou, ao longo da semana, Haddad, chegando a 1,3 milhão de interações.
Bolsonaro, no entanto, encontra-se em tendência de queda desde segunda (01).
Na comparação entre os dois últimos dias da análise — terça (02) e quarta-feira (03) — as interações na página do presidenciável caíram 21%.
Ciro Gomes também registra redução de 32% e Marina Silva (4ª colocada no ranking de engajamento na rede) segue como a campeã de queda, com redução de 46%.
Embora seja o último colocado em volume de interações, Geraldo Alckmin voltou a crescer pela primeira vez desde sábado (29), com aumento de 72% no volume de interações entre terça e quarta, graças a publicações de vídeos de campanha do tucano e a mensagens que criticam o “radicalismo” nas eleições, além da divulgação da agenda de entrevistas do candidato.
Haddad também teve incremento significativo em volume de interações (41%), em um dia em que predominaram posts com vídeos e agendas de campanha, mensagens sobre o debate de hoje na TV Globo e sobre as pesquisas eleitorais e declarações de apoio ao candidato por reitores de universidades.