A postagem de vídeo que diz que Fernando Haddad (PT) “jogou a toalha” para a campanha à presidência da República é enganosa.
A gravação que aparece no post viral é verdadeira, mas foi registrada em 2016, após a derrota do petista à prefeitura de São Paulo.
Na época, Haddad concorria à reeleição, mas perdeu no primeiro turno para João Dória (PSDB).
Para verificar a informação, o Comprova fez uma busca no Google com as palavras-chave “Haddad” “doação” “dívidas de campanha”, termos que aparecem durante a fala dele na gravação.
Assim, foi possível encontrar uma reportagem do portal G1, que relatava o caso.
O vídeo original foi publicado na página oficial de Haddad no Facebook, em 18 de outubro de 2016, cerca de 16 dias após o primeiro turno daquele pleito, realizado em 2 de outubro de 2016.
Na gravação de 2016, Haddad pedia contribuições de qualquer valor para cobrir os gastos da campanha à reeleição. “A eleição acabou, mas a campanha ainda não (…) Nós temos ainda alguns profissionais que precisam receber pelo trabalho que fizeram”, disse o petista pouco antes de indicar um link em que o internauta pudesse fazer uma doação. “Isso vai nos ajudar muito a quitar esses compromissos com esses profissionais e seguir a vida, porque a vida política não para”, afirmou.
O vídeo com a descrição enganosa viralizou na rede.
Apenas 1 deles, publicado no Facebook por Adelço Jorge na terça-feira, 2 de outubro, teve mais de 121 mil visualizações de 5,3 mil compartilhamentos até a tarde desta quarta-feira, 3 de outubro.
Outras versões também circulam no WhatsApp.
A própria campanha de Haddad fez um desmentido do conteúdo.
Projeto Comprova Iniciado neste mês de agosto, o projeto Comprova já desenvolve suas operações de combate à desinformação e a conteúdos enganosos na internet durante a campanha eleitoral.
Coordenada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a coalizão reúne 24 organizações de mídia de todo o Brasil, e checa textos, imagens e áudios sem origem definida.
Nenhum conteúdo poderá ser publicado até que três diferentes redações concordem com as etapas de verificação anexadas ao relatório sobre uma informação avaliada, em um processo conhecido como “crosscheck”.
O objetivo do projeto é identificar e minar técnicas sofisticadas de manipulação e amplificação online.
O fluxo de trabalho foi projetado para incentivar a investigação colaborativa entre redações, que poderão continuar após as eleições. É possível sugerir checagens pelo WhatsApp da iniciativa, no número (11) 97795-0022.