A menos de uma semana do primeiro turno, o juiz Sérgio Moro decidiu nesta segunda-feira (1º) quebrar o sigilo de um trecho da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci que está em um dos processos em que o ex-presidente Lula (PT) é acusado.

Moro também negou um pedido que havia sido pela defesa de Lula para que suspendesse o prazo das alegações finais do Ministério Público Federal (MPF).

A ação envolve o Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo do Campo para depois das eleições.

A defesa justifica que, em outra ação, a que envolve o sítio em Atibaia, Moro adiou o interrogatório final do petista para depois do período com o fim de “evitar a exploração eleitoral”.

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PT comemora » Bolsonaro declarou no plenário que votou no Lula, lembra Alckmin » TRE manda PF investigar material de Paulo com Lula candidato » Após 2 meses, TRF-4 nega conhecimento de HC que quase soltou Lula Moro afirmou que suspendeu os interrogatórios “para evitar qualquer confusão na exploração das audiências”. “Inclusive e especialmente pelo acusado Luiz Inácio Lula da Silva que tem transformado as data de seus interrogatórios em eventos partidários”, acusa o juiz. “Realizar o interrogatório dele durante o período eleitoral poderia gerar riscos ao ato e até mesmo à integridade de seus apoiadores ou oponentes políticos.

Não vislumbro os mesmos riscos na continuidade do curso normal da presente ação penal, já que não haverá mais audiências, mas apenas a apresentação de peças escritas”.

Nesta ação penal, o ex-presidente é réu acusado de supostas propinas de R$ 12,5 milhões envolvendo a compra de terreno em São Paulo, onde, segundo a acusação, seria sediado o Instituto Lula (R$ 12 milhões), e a aquisição de apartamento vizinho à residência do petista em São Bernardo do Campo, no edifício Hill House.

A força-tarefa da Lava Jato sustenta que os imóveis foram comprados pela Odebrecht por meio de supostos laranjas, como o engenheiro Glaucos da Costamarques, primo do amigo de Lula, José Carlos Bumlai, e a construtora DAG.

O petista nega. » Moradores confirmam que material de Paulo com Lula candidato é recente » Lewandowski libera para julgamento recurso de Lula por liberdade » TSE rejeita recurso de Lula para gravar da prisão vídeos de campanha » TRF4 nega recurso da defesa de Lula que buscava declaração de falsidade em provas de processo criminal » Em carta, Lula diz que Mourão tem ‘conceito medíocre’ sobre humanos Lula já foi interrogado e o processo entrou na fase de alegações finais, por determinação do juiz federal Sérgio Moro, no dia 14 de setembro. “Ninguém está sendo processado ou julgado por opiniões políticas.

Há sérias acusações por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Se são ou não procedentes, é questão a ser avaliada na sentença.

Terá a Defesa a oportunidade de apresentar todos os seus argumentos nas alegações finais, mas a farsa da invocação de perseguição política não tem lugar perante este Juízo”, defendeu Moro.

Delação de Palocci Ao quebrar o sigilo da delação de Palocci, Moro afirmou: “examinando o seu conteúdo, não vislumbro riscos às investigações em outorgar-lhe publicidade”. “Observo que, apesar da juntada ora promovida, quando do julgamento considerarei apenas, em relação aos coacusados, o depoimento prestado por Antônio Palocci Filho sob contraditório na presente ação penal”, ponderou Moro.

Leia o conteúdo do trecho liberado: ?

Moro quebra sigilo de delação de Palocci; saiba o que disse o ex-ministro sobre Lula from Portal NE10