Pela primeira vez na campanha, os deputados federais Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB), candidatos ao Senado na chapa de Armando Monteiro Neto (PTB), usaram neste fim de semana a Operação Lava Jato contra o senador Humberto Costa (PT).

Foram incluídas no guia eleitoral imagens de jornais e revistas sobre as delações da Odebrecht em que o petista foi citado e os inquéritos em que é alvo.

Na última pesquisa Ibope, encomendada pelo Jornal do Commercio e pela TV Globo e divulgada na quinta-feira (27), Humberto Costa oscilou de 31% para 32% e ficou numericamente à frente do deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB), candidato na mesma chapa que ele, a do governador Paulo Câmara (PSB).

Jarbas tinha 34% e agora tem 31%, uma queda dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais.

Mendonça Filho (DEM), em terceiro lugar, segue com 22%.

Bruno Araújo (PSDB) oscilou de 8% para 9%.

Lava Jato Humberto Costa é alvo de dois processos no âmbito da Operação Lava Jato.

Em um deles, que está no Supremo Tribunal Federal (STF), foi aberto em março do ano passado, com base nas colaborações de seis ex-executivos da Odebrecht, incluindo o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht.

Os delatores afirmaram que foram solicitados por agentes públicos ligados à Petrobras propina para contrato associado ao Plano de Ação de Certificação em Segurança, Meio Ambiente e Saúde – PAC SMS. “Os colaboradores ainda informam que os então candidatos Delcídio do Amaral (‘Ferrari’) e Humberto Costa (‘Drácula’) tinham conhecimento dos termos do ajuste e teriam solicitado, a fim de custear campanhas eleitorais, parte da propina.

Em relação aos repasses em favor de ‘Drácula’, apresenta-se planilha da qual consta registro do pagamento de R$ 591.999”, afirma o ministro Edson Fachin na abertura do inquérito.

O outro foi enviado para a 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro.

Neste, é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro com base na delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.

O ex-executivo afirmou ter repassado propina de R$ 1 milhão para a campanha do petista em 2010, quando foi eleito para o mandato atual.

A investigação foi aberta em março de 2015 no Supremo.