O Instituto Locomotiva e o jornal El País, com o apoio da ONU Mulheres e do Ibmec, promovem, nesta sexta-feira (28), em São Paulo, a divulgação de um levantamento inédito, além de um debate com as candidatas à Vice-Presidência da República.
Maíra Saruê Machado, diretora executiva do Instituto Locomotiva, apresentou dados inéditos sobre as 77 milhões de eleitoras brasileiras durante o evento.
A pesquisa inédita do Instituto Locomotiva “Mulheres na Política” apresenta o que pensam as eleitoras brasileiras.
Segundo o levantamento, há hoje no Brasil, 107 milhões de mulheres.
Em relação à política, elas representam 52% do eleitorado, o que significa que 77 milhões de mulheres poderão votar e escolher suas candidatas e seus candidatos no primeiro turno das eleições, no dia 7 de outubro.
Em termos econômicos, elas são 44% da população economicamente ativa.
Quanto à representatividade no Congresso, elas ocupam 10% das posições no parlamento federal.
O levantamento mostra que 94% das mulheres afirmam não se sentir representadas pelos políticos em exercício; 90% das mulheres discordam que “os políticos pensam nas necessidades da população para tomar suas decisões”; e 93% das mulheres discordam que os políticos atuais procuram ouvir os brasileiros para tomar suas decisões.
Ao mesmo tempo, 76% das mulheres concordam que seu voto pode fazer a diferença no país, enquanto 72% das mulheres afirmam se interessar em algum grau por política.
Já 95% das mulheres acreditam que deveria haver mais mulheres na política.
Além disso, 55% das mulheres concordam que “A política é o melhor caminho para as mulheres sofrerem menos preconceito”. “Ainda mais do que em outros momentos da história, as mulheres estão cada vez mais chamando pra si a responsabilidade por mudar a política.
Podemos perceber pelos dados que embora as mulheres façam parte do descontentamento geral dos eleitores brasileiros com relação ao mundo da política, elas se tornam cada vez mais agentes de mudança por meio do exercício da política no país”, diz Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
Metodologia O levantamento é baseado em pesquisa quantitativa nacional e pesquisas qualitativas e análise de dados secundários.
Fez 2015 entrevistas realizadas em 35 cidades na primeira semana de setembro, com mulheres brasileiras com 16 anos ou mais.
As mulheres hoje no Brasil De acordo com o estudo, mulheres impulsionaram as principais transformações.
Têm mais dinheiro no bolso, estão mais inseridas no mercado de trabalho e são mais chefes de família.
O levantamento do Instituto Locomotiva mostra que hoje, de cada R$ 100, R$ 42 vem do trabalho da mulher; que em 20 anos, o país passou a ter 8,4 milhões de mulheres a mais no mercado formal de trabalho; e que 29 milhões de lares são chefiados por mulheres.
No entanto, as mulheres ainda ganham 76% do salário dos homens.
A equiparação de salários entre sexos injetaria R$ 482 bi anuais na renda feminina. “Apesar do esforço das mulheres, existe ainda uma grande desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
A desigualdade de gênero também traz prejuízos financeiros para o país.
Por isso, é importante a presença cada vez mais forte da mulher no mercado de trabalho e na política, já que são meios que proporcionam mais autonomia a elas e promovem um papel mais afirmativo das mulheres no cenário nacional”, diz Meirelles.
A pesquisa aponta ainda que, atualmente, as mulheres movimentam R$ 1,8 trilhão por ano na economia brasileira.