Em parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a manutenção da prisão preventiva de Djalma Rodrigues de Souza, ex-diretor da Petroquisa, subsidiária da Petrobras.
Ele é réu na Operação Lava Jato, acusado de receber vantagem indevida do grupo Odebrecht em troca de benefícios em contratos do Complexo Petroquímico de Suape.
Djalma Rodrigues é acusado de ter recebido R$ 17,7 milhões entre dezembro de 2010 e março de 2014.
Segundo o Ministério Público Federeal, os valores foram transferidos para pelo menos três contas no exterior, abertas nos nomes da esposa e dos filhos do réu.
O ex-diretor da Petroquisa foi preso no ano passado, no Rio de Janeiro.
Um apartamento que ele mantém em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, foi alvo de mandados de busca e apreensão.
LEIA TAMBÉM » Eduardo da Fonte vira réu no STF » Alvo da Operação Satélites é preso no RJ e volta à mira da PF no Recife » Petroquímica Suape: delator da Odebrecht citou propina a Humberto Costa » Alvo da Operação Satélites foi cotado para diretoria “que fura poço” da Petrobras “O modo sistemático, habitual e profissional com que os crimes eram praticados pelo réu evidencia a necessidade da prisão preventiva, sobretudo quando se tem notícia da reiteração delitiva, inclusive após a deflagração de fase ostensiva da operação Lava Jato”, afirmou o o vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, no parecer.
A defesa de Djalma Rodrigues pede a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares alternativas.
A decisão pela prisão preventiva havia sido proferida pela 13ª Vara da Subseção Judiciária do Paraná e confirmada pela juíza federal Bianca Georgia Cruz Arenhart, que rejeitou pedido de habeas corpus em favor do réu.
A determinação foi ratificada, posteriormente, pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Felix Fisher, que novamente indeferiu pedido liminar em habeas corpus movido por Djalma.
Ligado ao PP Djalma Rodrigues é ligado ao PP, partido do deputado federal Eduardo da Fonte, candidato à reeleição em Pernambuco.
Ele responde outra ação no STF com o parlamentar, em que são acusados de pedir R$ 300 mil para beneficiar a UTC nas obras da Coquepar, que seria construída no Paraná para fazer o processamento de coque da Petrobras.
O ex-executivo é ligado também ao ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti, também pernambucano, e chegou a ser indicado em 2005 para a diretoria de Exploração e Produção, aquela que Cavalcanti chamou de “diretoria que fura poço e acha petróleo”.
Foi o ex-parlamentar que o indicou diretamente ao ex-presidente Lula (PT).
O setor concentrava o maior orçamento da Petrobras.
Porém, o nome dele foi descartado para que Guilherme Estrella, que tinha relação com o PT, fosse mantido no cargo.
Rodrigues é concursado da Petrobras e foi gerente geral de Participações Petroquímicas da empresa até março de 2015, quando a Operação Lava Jato completou um ano.
Ele era parceiro de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e um dos primeiros delatores.
Os dois haviam trabalhado juntos, com Rodrigues como chefe de Costa, até 2000, em duas empresas: a Gaspetro, empresa que foi extinta e era responsável pelos negócios na área de gás da petroleira, e a TGB, a que cuidava do transporte de gás natural da Bolívia para o País.
Em 2003, Costa assumiu a diretoria na Petrobras e a hierarquia se inverteu.