Flávio Bolsonaro, filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e candidato a senador pelo mesmo partido que o pai no Rio de Janeiro, já havia publicado a paródia da música Baile de Favela reproduzida em um trio elétrico que estava na ‘Marcha da Família com Bolsonaro’, evento a favor do presidenciável do PSL nesse domingo (23), no Recife.
A música afirma: “dou pra CUT pão com mortadela/E pras feministas, ração na tigela/As mina de direita, são as top mais bela/Enquanto as de esquerda têm mais pelo que cadela”.
No Facebook, Flávio Bolsonaro afirmava no dia 11 de abril que aquele era o “Funk do Bolsonaro”. “Para quem diz que não tem funk bom”, afirma o post.
A publicação na rede social do filho de Bolsonaro foi encontrada pela revista Veja nesta terça-feira (25).
No fim do vídeo, o próprio Bolsonaro aparece agradecendo.
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Não há lugar para manifestações políticas machistas e misóginas, seja de que partido ou candidato for.
As mulheres não podem ser tratadas como uma piada e exigem respeito”, diz o texto da Alepe. “Sabemos que o ciclo da violência contra a mulher é impulsionado pela cultura machista, que se manifesta por meio de pensamentos e palavras de ódio capazes abalar as mulheres psicologicamente e induzir à violência física, muitas vezes culminando no feminicídio.
O Brasil, e Pernambuco não foge à regra, já conta com índices absurdos de violência contra as mulheres.
Não precisamos de fatos novos com potencial para agravar este cenário já inadmissível”. “Em tempos em que, a cada dois segundos, uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil, segundo dados do Relógios da Violência do Instituto Maria da Penha, não se pode admitir que, sob o manto da liberdade de expressão, qualquer partido político, seja ele de direita ou de esquerda, ofenda publicamente uma coletividade de mulheres, reforçando a cultura machista e misógina que, infelizmente, ainda insiste em matar muitas mulheres todos os dias”, afirma a OAB.
Bolsonaro Pelo Twitter, Jair Bolsonaro não citou a música, mas fez referência à questão. “A indignação $eletiva e a de$one$tidade de alguns”, afirmou na publicação na rede social, em que reproduz em uma imagem em que reproduz frases atribuídas ao ex-presidente Lula (PT).
Um dos organizadores da ”Marcha da família com Bolsonaro”, o empresário Alexandre Carvalho, negou que os responsáveis pelo evento tenham relação com a reprodução da paródia.
Carvalho disse não concordar com as rimas, mas não criticou a letra.
Ele considerou que a cobertura da imprensa sobre o episódio deu um “destaque absurdo” à paródia.