É falsa a informação que circula nas redes sociais e diz que grupo de George Soros realiza uma reunião para definir como destruir o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL).
O evento que será realizado em Washington é uma palestra, organizada pelo Diálogo Interamericano (IAD, em uma sigla em inglês), uma entidade que fomenta o debate político e social para a América Latina.
No dia 25 de setembro, será realizado um painel sobre o cenário eleitoral do Brasil em 2018, com três debatedores brasileiros.
George Soros não é formalmente vinculado à entidade.
A postagem diz que George Soros promoveria um encontro de “figurões de esquerda”, que teriam em comum o apoio a regimes comunistas da América Latina, cuja pauta seria como destruir em todo o mundo - principalmente nos Estados Unidos e no Brasil - a reputação do presidenciável Jair Bolsonaro.
A nota lembra que o candidato foi vítima de um ataque e faz suposições acerca da autoria.
Ainda há suposições sobre o apoio de George Soros a regimes de esquerda.
Leia mais Amoêdo não trabalha para o megainvestidor George Soros PT não aprovou “plano de dominação comunista” como sugere boato O texto é ilustrado por uma foto que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Antônio Palocci cumprimentando George Soros.
Esse encontro aconteceu no dia 26 de janeiro de 2003, durante o 33º Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Na época, Lula era presidente recém-eleito para o primeiro mandato e Palocci, seu ministro da Fazenda.
A foto é de Ricardo Stuckert, que trabalhava para a presidência da República.
O evento que será realizado em Washington - Brazilian Elections: Starting over or more of the same? (Eleições brasileiras: um recomeço ou mais do mesmo?, em tradução livre) - não terá a participação de nenhum “figurão”.
A proposta é discutir o cenário eleitoral em um momento de grande polarização no Brasil, que tem uma economia se recuperando após uma recessão e cujos escândalos de corrupção afetaram a confiança pública nas instituições do país.
O convite para o evento fala na inelegibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT que foi substituído por Fernando Haddad, e em Jair Bolsonaro, apresentado como um congressista linha dura e que está hospitalizado após um ataque a faca.
O texto ainda menciona que há quatro ou cinco nomes com possibilidade de chegar ao segundo turno.
O painel terá explanações de três brasileiros, e conta com a mediação de Peter Hakim, presidente emérito da entidade.
Serão palestrantes Monica de Bolle, diretora do Departamento de Estudos Latino-Americanos da Escola de Estudos Internacionais Avançados Johns Hopkins; Maurício Moura, fundador e CEO do Ideia Big Data; e Henrique Gomes Batista, correspondente d’O Globo em Washington.
A postagem original foi publicada no site MCI Rádio, no dia 14 de setembro.
O conteúdo foi repostado 19 vezes no Twitter e Facebook - foram 555 interações totais que alcançaram 274.236 usuários das redes sociais até o dia 19 de setembro, segundo o CrowdTangle, uma das ferramentas utilizadas pelo Comprova para analisar o grau de viralização de posts nas redes sociais.
Projeto Comprova Iniciado neste mês de agosto, o projeto Comprova já desenvolve suas operações de combate à desinformação e a conteúdos enganosos na internet durante a campanha eleitoral.
Coordenada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a coalizão reúne 24 organizações de mídia de todo o Brasil, e checa textos, imagens e áudios sem origem definida.
Nenhum conteúdo poderá ser publicado até que três diferentes redações concordem com as etapas de verificação anexadas ao relatório sobre uma informação avaliada, em um processo conhecido como “crosscheck”.
O objetivo do projeto é identificar e minar técnicas sofisticadas de manipulação e amplificação online.
O fluxo de trabalho foi projetado para incentivar a investigação colaborativa entre redações, que poderão continuar após as eleições. É possível sugerir checagens pelo WhatsApp da iniciativa, no número (11) 97795-0022.