A Câmara dos Deputados registrou duas entradas de Adélio Bispo, agressor do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), ao prédio do Congresso, em Brasília, no dia 6 de setembro de 2018, mesma data do atentado em Juiz de Fora (MG).
O horário das visitas não constam do relatório que o Estadão teve acesso.
O diretor da Polícia Legislativa da Câmara, Paul Pierre Deeter, suspeita que as informações tenham sido fraudadas e abriu investigação. “Considerando a impossibilidade de ter ocorrido o seu acesso às dependências da Câmara dos Deputados neste dia, e no intuito de se averiguar as circunstâncias nas quais se deram os supostos registros, foi realizado o registro da ocorrência policial n. 101/2018”, diz o diretor, em resposta ao deputado João Henrique Caldas (PSB-AL).
Como é impossível Adélio ter estado na Câmara, Deeter desconfia de que os registros tenham sido forjados.
Ele determinou a abertura de uma investigação interna para “averiguar as circunstâncias nas quais se deram os supostos registros”.
E também pediu a decretação de sigilo.
A Câmara também registrou outra entrada do agressor ao prédio em momento anterior.
Ele teria visitado a Casa em 6 de agosto de 2013, mas o local ao qual se dirigiu ainda é desconhecido.
A constatação da Polícia Legislativa revela vulnerabilidade do sistema de controle de acesso às dependências da Câmara.