A foto da candidata a vice-presidente de Fernando Haddad (PT), Manuela D’Ávila (PC do B), com tatuagens de Che Guevara e Lenin é falsa.
Compartilhada pelo WhatsApp, pelo Twitter e pelo Facebook, a imagem foi manipulada para inserir os desenhos dos líderes comunistas na deputada estadual do Rio Grande do Sul.
Por meio de uma busca reversa feita com o Google Images, o Comprova localizou a imagem original em perfis do Twitter, como no da usuária @ajulysantos.
Na foto original, Manuela não exibe as tatuagens de Che Guevara e Lenin.
O Comprova também identificou uma foto semelhante à manipulada, registrada no mesmo dia, o que reforça a manipulação.
Registrada pelo repórter Lucas Rivas, da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, a imagem foi registrada no dia 10 de novembro de 2017 durante entrevista ao programa Esfera Pública.
O jornalista publicou a foto em seu Twitter e foi retuitado pelo perfil da rádio.
Procurado, confirmou a autoria do registro.
Assinada por RLippi Cartoons, a imagem manipulada foi compartilhada pelo Facebook, pelo Twitter e pelo WhatsApp.
Em 21 de novembro de 2017, a própria Manuela denunciou a manipulação da foto em sua página oficial no Facebook. “Aumentaram minhas olheiras (…) e fizeram mais tatuagens no meu corpo”, escreveu a deputada. “Tenho muitas tatuagens mesmo e as exibo porque são lindas.
Não são esses desenhos feinhos que vocês fizeram de Lenin e Che”, completou.
Projeto Comprova Iniciado neste mês de agosto, o projeto Comprova já desenvolve suas operações de combate à desinformação e a conteúdos enganosos na internet durante a campanha eleitoral.
Coordenada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a coalizão reúne 24 organizações de mídia de todo o Brasil, e checa textos, imagens e áudios sem origem definida.
Nenhum conteúdo poderá ser publicado até que três diferentes redações concordem com as etapas de verificação anexadas ao relatório sobre uma informação avaliada, em um processo conhecido como “crosscheck”.
O objetivo do projeto é identificar e minar técnicas sofisticadas de manipulação e amplificação online.
O fluxo de trabalho foi projetado para incentivar a investigação colaborativa entre redações, que poderão continuar após as eleições. É possível sugerir checagens pelo WhatsApp da iniciativa, no número (11) 97795-0022.