O PT criticou neste domingo (9) as declarações do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, em entrevista publicada pelo jornal O Estado de S.

Paulo.

O representante das Forças Armadas afirmou que o ataque ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) “confirma que estamos construindo dificuldade para que o novo governo tenha uma estabilidade”.

O partido afirmou que a entrevista é “grave episódio de insubordinação de uma comandante das Forças Armadas ao papel que lhes foi delimitado, pela vontade soberana do povo, na Constituição democrática de 1988”. “Depois de dizer quem pode ou não pode ser candidato, de interpretar arbitrariamente a lei e a Constituição o que mais vão querer?

Decidir se o eleito toma posse?

Indicar o futuro presidente à revelia do povo?

Mudar as leis para que o eleitor não possa decidir livremente?”, questionou o partido em nota neste domingo. “O Brasil já passou por isso e não quer voltar a este passado sombrio”.

Na entrevista, além de citar o caso de Bolsonaro, Villas Bôas critica o registro da candidatura do ex-presidente Lula (PT), negado pelo Tribunal Superior Superior (TSE). “É uma manifestação de caráter político, de quem pretende tutelar as instituições republicanas.

No caso específico, o Poder Judiciário, que ainda examina recursos processuais legítimos em relação ao ex-presidente Lula”, defende o partido na nota. “É muito grave que um comandante com alta responsabilidade se arrogue a interferir diretamente no processo eleitoral, algo que as Forças Armadas não faziam desde os sombrios tempos da ditadura”.

A nota da Comissão Executiva do PT ainda critica o governo Michel Temer (MDB) e questiona a sua autoridade. “Como se trata de um governo nascido de um golpe, decadente e repudiado pela quase totalidade da população, não lhe resta qualquer autoridade para impor a ordem constitucional aos comandos militares”, diz o texto.