O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou em entrevista publicada pelo jornal O Estado de S.
Paulo neste domingo (9) que o ataque ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), atingido por facada durante ato de campanha em Minas Gerais na última quinta-feira (6), “confirma que estamos construindo dificuldade para que o novo governo tenha uma estabilidade”. “Para a sua governabilidade, e podendo até mesmo ter sua legitimidade questionada”, disse. “Por exemplo, com relação a Bolsonaro, ele não sendo eleito, ele pode dizer que prejudicaram a campanha dele.
E, ele sendo eleito, provavelmente será dito que ele foi beneficiado pelo atentado, porque gerou comoção.
Daí, altera o ritmo normal das coisas e isso é preocupante”, afirmou ainda o general na entrevista.
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Preocupa que este acirramento das divisões acabe minando tanto a governabilidade quanto a legitimidade do próximo governo”, defendeu na entrevista.
O comandante do Exército negou que Bolsonaro seja o candidato das Forças Armadas, mas admitiu que ele tem “apelo no público militar”. “Não há hipótese de o Exército provocar uma quebra de ordem institucional”, disse.
Lula O general ainda criticou o registro da candidatura do ex-presidente Lula (PT) na entrevista ao Estado de S.
Paulo. “O pior cenário é termos alguém sub judice, afrontando tanto a Constituição quanto a Lei da Ficha Limpa, tirando a legitimidade, dificultando a estabilidade e a governabilidade do futuro governo e dividindo ainda mais a sociedade brasileira.
A Lei da Ficha Limpa se aplica a todos”. » PGR se manifesta contra recurso por candidatura de Lula » Recurso de Lula contra condenação chega ao STJ » Saiba se os candidatos a governador consideram a prisão de Lula justa » Em PE, transferência de votos de Lula para Haddad já é realidade » PT orienta militância a não mencionar Lula como candidato » Fachin nega pedido de Lula contra impedimento de candidatura Para Villas Boas, a recomendação do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), da qual o Brasil faz parte, “é uma tentativa de invasão da soberania nacional”. “Depende de nós permitir que ela se confirme ou não.
Isso é algo que nos preocupa, porque pode comprometer nossa estabilidade, as condições de governabilidade e de legitimidade do próximo governo”, afirmou na entrevista.
O órgão internacional solicitou ao Brasil que tome as medidas necessárias para que Lula possa exercer seus direito políticos, ainda que na prisão, como candidato para as eleições presidenciais.
O documento foi usado pela defesa de Lula como argumento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para manter a candidatura dele.
A Justiça Eleitoral, porém, decidiu por maioria negar o registro da postulação do petista.