Por que a bolsa disparou após Bolsonaro ser esfaqueado?
No Info Money O Brasil foi pego de surpresa com a notícia da facada sofrida pelo candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), e a reação do mercado foi imediata, com o Ibovespa disparando mais de 1.000 pontos em menos de meia hora, com o dólar futuro também acentuando as perdas, caindo 1,5% (confira como fechou o mercado A avaliação do mercado é de que, com esse ataque, aumenta o sentimento de polarização no País, o que pode beneficiar o Bolsonaro nas próximas pesquisas eleitorais, em que ele já aparece como líder, mas ainda sofre por ter grande rejeição. “Martiriza Bolsonaro.
Até porque, pelo que indica o noticiário, o agressor é de esquerda.
Isso pode fortalecer o candidato”, destaca um cientista político ouvido pelo InfoMoney.
Para Richard Back, analista político da XP Investimentos, “o episódio pode aumentar a chance de Bolsonaro ir para o segundo turno.
Ele estava perdendo votos e, de repente, vira vítima quase do tamanho do Lula”.
Glauco Legat, analista da Spinelli, em entrevista para a Bloomberg, lembrou da morte de Eduardo Campos, quando houve uma grande comoção. “Pode ser esse o efeito no curto prazo e aumente a intenção de voto pra ele, mas acho que isso pode ser dissipado”, afirma.
Já Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset, diz que “Bolsonaro que tinha 9 segundos de propaganda na TV e agora tem 24 horas em todos os veículos de mídia”. “Haverá centenas de famosos mandando melhoras e boas vibrações, o que pode ajudá-lo em sua campanha”, afirmou.
Recentemente, o mercado passou a ver de forma positiva uma eventual vitória do candidato do PSL, principalmente por conta do seu plano de governo mais liberal e o fato de Paulo Guedes, a favor de privatizações e de reformas, ser o seu assessor econômico, já indicado como futuro ministro da Fazenda caso Bolsonaro seja eleito.
Na última pesquisa Ibope, Bolsonaro aparece com 22% das intenções de voto no primeiro turno, mas perderia nos cenários de segundo turno na disputa contra Ciro Gomes, Marina Silva e Geraldo Alckmin, empatando tecnicamente com Fernando Haddad.