O Porto do Recife baixou uma portaria reduzindo o calado (profundidade mínima disponível para atracação de navios) em um 1 metro.

Com isso, o Porto, que já enfrenta sérias dificuldades financeiras, deve passar a ter sérias restrições operacionais uma vez que a medida limitará o número de navios que poderão aportar na capital pernambucana.

Até aqui, o porto recebe uma média de 25 embarcações por mês.

Segundo os diretores do Sindicado dos Operadores Portuários – Sindope e do Sindicato das Agências de Navegação de Pernambuco (Sindanpe), a redução do calado em 1 metro representa 5 mil toneladas de cargas a menos nos navios. “Essa limitação prejudicará a economia de Pernambuco, uma vez que o ocasionará perda de competitividade do Porto que é um importante instrumento gerador de negócios para o Estado”, disse Manoel Ferreira, diretor do Sindope.

Nesta terça-feira, Manoel Ferreira disse que a medida foi tomada sem nenhum alerta prévio e sem que tenha sido realizado nenhum estudo técnico para avaliação da real situação do Porto. “Com isso, vários navios que já estão a caminho do Recife, seriam obrigados a buscar alternativas de atracação em portos localizados em estados vizinhos, o que encarecerá as operações para os exportadores e importadores.

Devido às suas características técnicas, o Porto de Suape não tem condições de receber as cargas destinadas ao Porto do Recife”, afirmou o empresário.

A portaria foi baixada por determinação da Capitania dos Portos do Recife, que atendeu recomendação da equipe de Práticos, profissionais responsáveis pelas manobras dos navios nas estradas e saídas do porto.

Eles avaliam existir riscos de encalhe das embarcações devido ao fato do Porto estar há vários anos sem receber nenhuma obra de dragagem para aprofundamento da calha de navegação.

Tendo em vista os navios que estão a caminho do Recife, o Sindope e Sindanpe negociaram com a Capitania dos Portos algumas medidas alternativas a fim de evitar que as embarcações tenham que atracar em portos de outros estados.

Entre essas medidas está a que determina que os navios só poderão atracar com o suporte de dois navios rebocadores que deverão ser deslocados de Suape para o Recife.

Além disso, a atracação de cada navio só será autorizada após avaliação específica de cada caso feita pela equipe de práticos.

Essas medidas serão adotadas até que fique pronto um estudo de batimetria que foi contratado pelos sindicatos das empresas que operam no porto, uma vez que a administração portuária não dispõe de recursos.

Nesse estudo, que deverá ficar pronto em 60 dias, estão sendo investidos R$ 170 mil. “Os resultados do levantamento constatarão a necessidade de adoção de medidas urgentes para a realização de obras de dragagem a fim de restaurar as condições operacionais do Porto”, destacou o diretor do Sindope.