“Não vamos desistir do Brasil”.

A frase dita por Eduardo Campos (PSB) no Jornal Nacional horas antes sofrer o acidente aéreo que o matou durante a campanha presidencial de quatro anos atrás foi destacada pelo candidato a vice-presidente do PT, Fernando Haddad, em atos na cidade natal de Lula (PT), Garanhuns, no Agreste pernambucano, neste sábado (1º).

O petista esteve com o governador Paulo Câmara (PSB), afilhado político de Eduardo e candidato à reeleição no Estado, para gravar o guia eleitoral e fazer uma caminhada.

Em seu último discurso na cidade, Haddad destacou a passagem de Eduardo Campos pelo Ministério da Ciência e Tecnologia do primeiro governo Lula.

Após os elogios, a militância socialista gritava “Eduardo guerreiro do povo brasileiro”.

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Em 2014, fez críticas à gestão petista e, no segundo turno, o PSB apoiou Aécio Neves (PSDB).

Foto: Andréa Rego Barros/Divulgação Haddad ainda criticou o governo Michel Temer (MDB). “O PMDB e o PSDB se transformaram em partidos que trazem instabilidade”, disse.

Oficialmente, o partido de Temer está na coligação de Paulo Câmara.

O deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB) é candidato a senador ao lado de Humberto Costa (PT). “Aqueles que no fim escolheram o Temer jogaram o país nesse poço que nós estamos”, afirmou ainda. » Programa do PT na televisão fala em perseguição a Lula » Andrade ou Haddad?

O desconhecimento do ‘Plano B’ de Lula no Agreste » Maioria do TSE decide barrar candidatura de Lula » Fachin diverge de Barroso e vota por manter Lula candidato » Com provocação a Barroso, PT publica propaganda de Lula nas redes sociais » Barroso indefere candidatura de Lula com base na Lei da Ficha Limpa O PSB tenta empurrar no grupo adversário, do senador Armando Monteiro Neto (PTB), a pecha de “palanque de Temer”, por causa da baixa popularidade do presidente.

Armando havia declarado voto em Lula, seu aliado nas últimas eleições, mas, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negar o registro da candidatura do petista, não vai votar em Haddad.

O petebista foi ministro de Dilma e deixou o cargo por causa do afastamento dela, ao qual se opôs, e rebate o PSB afirmando que a maioria da bancada do partido na Câmara dos Deputados foi favorável ao impeachment.

Os candidatos ao Senado na chapa dele, os deputados federais Bruno Araújo (PSDB) e Mendonça Filho (DEM), foram ministros das Cidades e da Educação, respectivamente, do governo Temer. ‘Plano b’ do PT, Haddad evitou se colocar como candidato e disse que a estratégia só será anunciada na próxima segunda-feira (3), quando a defesa puder visitar Lula na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde está preso desde o dia 7 de abril.

Lula foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa por ter sido condenado em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.