O Colégio Nacional de Procuradores Gerais dos Estados e do Distrito Federal (CONPEG) divulgou nesta quinta-feira (30/8) uma Carta Aberta aos Candidatos a Presidente da República.

O CONPEG, na carta aberta, salienta a necessidade de um compromisso firme dos presidenciáveis, para além de qualquer questão político-partidária, com a missão de restaurar a cooperação federativa.

Segundo o Procurador Geral do Estado de Pernambuco, César Caúla, “a atuação coordenada e estratégica alterou o modo de pensar das PGEs, que passaram a enxergar melhor a necessidade e a conveniência do trabalho articulado em defesa de um maior equilíbrio no pacto federativo.

Tem sido muito mais do que um simples compartilhamento de experiências e informações ou de uma atuação conjunta eventualmente vantajosa para alguns dos estados em suas individualidades, para ser um trabalho coletivo de defesa do interesse nacional de restaurar o equilíbrio federativo”.

O texto foi elaborado durante reunião ordinária do colegiado, realizada no Rio de Janeiro, nos dias 23 e 24 de agosto, com a presença dos representantes das 27 Procuradorias Gerais dos Estados.

CARTA ABERTA AOS CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA As eleições gerais de 2018 se avizinham no Brasil em um cenário de incertezas e de crises financeiras, estruturais e sociais.

O objetivo comum de todas as candidaturas a cargos executivos deve ser o desenvolvimento do País e de seus estados e municípios, para alcançar a melhoria de vida da população brasileira, que clama por mais saúde, educação, segurança e infraestrutura.

Para o alcance do equilíbrio econômico e financeiro do País, é importante que todos tenham presente a necessidade premente de restabelecimento do federalismo de cooperação, estruturado na Constituição da República, base para o desenvolvimento e a manutenção da democracia brasileira.

Assim é que todos os candidatos devem estar atentos e cientes de que os problemas vividos pelo Brasil de hoje são em grande parte causados pela ruptura que se perfaz no pacto federativo de há bastante tempo.

Por essa razão e conhecendo de perto as mazelas vividas pelos Estados, os Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal, em decisão unânime, resolveram chamar atenção dessa necessidade inadiável de valorização verdadeira do federalismo cooperativo a todos os postulantes à Presidência.

A convergência de todos os candidatos à causa de uma federação cooperativa, mais justa e voltada ao desenvolvimento nacional, é uma das poucas chances que tem o Brasil de colocar o problema em pauta e buscar soluções que garantam o cumprimento da Constituição, com ênfase na solidariedade nacional e na adequada redistribuição dos recursos que assegurem o financiamento das políticas públicas.

Diante dessas razões, os subscritores concitam os candidatos a que publicamente se comprometam com a restauração e o fortalecimento de um federalismo verdadeiramente equilibrado, com valorização do diálogo interfederativo e correção das distorções hoje existentes.

A concentração de receitas com o governo federal e o espaço excessivo para o exercício da discricionariedade do governo central na distribuição dos recursos aos entes federados dificultam, inclusive, que os governantes e os representantes parlamentares detenham meios adequados para se colocarem com a altivez necessária na defesa dos interesses das populações locais e no controle do poder central.

O fortalecimento dos entes subnacionais, além de necessária para a consecução das políticas públicas essenciais, como saúde, educação e segurança, contribuirá para um acréscimo de participação dos cidadãos locais na definição dos objetivos, carências e demandas a que prioritariamente devam ser destinados os sempre insuficientes recursos públicos.

Colégio Nacional de Procuradores Gerais dos Estados e do Distrito Federal