Novamente adversários na eleição para o governo de Pernambuco, Armando Monteiro Neto (PTB) e Paulo Câmara (PSB) tentaram apontar contradições um do outro sobre o apoio ao governo Michel Temer (MDB) no debate da Rádio Jornal, na manhã desta terça-feira (28).
Com o presidente com baixa popularidade, principalmente no Nordeste, os dois buscaram se descolar do emedebista no terceiro bloco do programa.
Armando aproveitou que poderia fazer uma pergunta a Paulo e o ironizou, afirmando que o socialista estaria em uma fase de arrependimento. “Você se arrepende de ter votado em Aécio, alijado Marília, que poderia estar aqui com a gente, e de ter se manifestado a favor da reforma trabalhista?”, questionou o petebista.
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Os dois candidatos ao Senado na chapa do petebista, os deputados federais Bruno Araújo (PSDB) e Mendonça Filho (DEM), foram ministros das Cidades e da Educação.
Sobre o apoio a Aécio Neves (PSDB), em 2014, Paulo Câmara afirmou que foi no “momento”.
Em 2013, o PSB rompeu nacionalmente com o PT para viabilizar a candidatura de Eduardo Campos à presidência. “Nós sabemos todos os desdobramentos que ocorreram depois no PSDB”, afirmou o socialista.
Sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), alegou: “naquele momento meu partido decidiu que era muito importante a saída de Dilma e Temer”. “Não cabe escapismo.
Eu sou leal, votei contra o impeachment.
Sempre me pautei por uma postura de lealdade, não mudo de posições ao sabor do palco eleitoral.
Você constituiu o governo Temer, o seu partido participou do governo Temer, você tem, sim, compromisso na origem com o governo Temer”, rebateu Armando, que foi ministro de Dilma Rousseff. “Não tem como esconder, vamos respeitar o eleitor”. » Com PDT ainda no governo, Rands diz que não é ‘coronel’ para mandar sair » Armando compara Paulo a Eduardo Campos para criticar adversário » Candidatos debatem saúde, autonomia de Suape, feminicídio e BR-232 Paulo, então, voltou a ligar Armando a Temer. “O palanque de Temer está no seu palanque, lhe apoiando, você foi a favor da reforma trabalhista, nós fomos contra. É importante restabelecer a verdade.
A turma do Temer está no seu palanque e nós apoiamos o presidente Lula”.
O governador também justificou que Fernando Filho, então deputado federal pelo PSB - hoje no DEM -, não recebeu apoio de todo o partido para ficar no Ministério de Minas e Energia.
Aliado de Lula nas últimas eleições, Armando declarou voto no ex-presidente, caso a candidatura dele seja mantida.
Lula O ex-deputado federal pelo PT Maurício Rands (PROS) aproveitou a discussão entre Armando e Paulo para criticar os dois. “Tanto você quanto paulo ficam tentando pegar carona na popularidade de Lula e montam palanques conservadores e com essas contradições todas”, disse. “Vamos respeitar o eleitor”, afirmou ainda usando a frase dita antes pelo petebista. “Quando vem querendo surfar e manipular a realidade, não está respeitando o eleitor”.
Rands havia usado a chance de fazer uma pergunta a Armando para perguntar sobre a postura de Bruno Araújo e Mendonça Filho, que foram articuladores do impeachment. “Eles foram leais na medida em que eram oposição ao governo Dilma.
Eles foram leais, e não como o PSB, que foi para um lado e depois para o outro.
Caminho ao lado deles com muita tranquilidade, o que nos reuniu foi Pernambuco”, argumentou o senador.