Um dos objetivos do movimento de greve de fome era constranger o ministro Edson Fachim, do STF.

Ele já foi advogado de movimento de sem terra e chegou ao STF com o apoio do PT.

No tribunal, é o relator dos casos da Lava Jato e já deu vários despachos em que impede a libertação de Lula, desagradando o PT.

Os militantes que participaram da greve de fome foram o frei franciscano Sérgio Antonio Gorgën, Rafaela Alves (Movimento dos Pequenos Agricultores), Luiz Gonzaga, o Gegê (da Central dos Movimentos Populares), Jaime Amorim, Zonália Santos e Vilmar Pacífico (os três do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e Leonardo Soares (do Levante Popular da Juventude).

O anúncio do recuo foi realizado em ato político no Centro Cultural de Brasília com a presença de diversos representantes de movimentos sociais e sindicais.

O documento definiu a atmosfera do STF como um “teatro fantasioso guiado pela mídia burguesa e com pouca sensibilidade com o povo e sem respeito à Constituição Federal”.

Veja o manifesto dos grevistas, entre os quais o pernambucano Jaime Amorim Quando iniciamos a greve de fome, sabíamos que um dia iria chegar ao limite e esgotamento, Limite físico do corpo e esgotamento da tática.

Do ponto de vista do nosso limite físico teríamos condições para sustentar mais alguns dias com riscos de sequelas irreversíveis.

Mas a decisão de parar foi política.

Somos parte de nossas organizações que estavam conduzindo a greve, para estender com base da conjuntura o limite, que poderíamos ir e decidir o momento de parar e por que parar?

Esta talvez seja a maior questão pois não atingimos o objetivo central da greve. “Liberdade de Lula e as condições para ele ser candidato”.

No entanto, esta era uma meta muito ampla, quando falamos de um judiciário politizado e à serviço do Golpe.

Mas, neste período alcançamos importantes resultados na luta política.

A Marcha Nacional em Brasília, foi recebida nas cidades sob aplausos da população, durante seis dias de caminhada o Brasil estava focado na sua evolução.

O ato do dia 15 para o registro da candidatura de Lula, mais de 50 mil pessoas nas ruas, como uma questão inédita no Brasil e no mundo, o candidato preso e o povo em marcha registra sua candidatura.

A decisão da ONU, do conselho de Direitos humanos, de conceder uma limitar exigindo que o Brasil garanta a legibilidade eleitoral e que Lula tem direito, mesmo preso de participar dos debates, exigindo que o Estado brasileiro cumpra a determinação de imediato de acordo com o protocolo aprovado pelo senado da República e assinado pelo governo Brasileiro.

No campo eleitoral estamos vendo a queda da candidatura de Bolsonaro, a inviabilização da candidatura de Alckmim, enquanto a candidatura de Lula dispara em todas as pesquisas e em todas as regiões do Brasil.

Ainda no final desta sexta feira, o presidente do Senado Federal, faz uma declaração pública, mesmo que muito tímida, declarando que a declaração da ONU tem que ser cumprida pelo estado brasileiro em respeito ao protocolo assinado.

A correlação de forças, está se alterando consideravelmente, a nosso favor neste período.

A Greve de Fome não foi o único instrumento responsável por estas mudanças, mas contribuiu consideravelmente.

Conseguimos durante 26 dias tencionar o poder judiciário, fomos recebidos por sete ministros do STF ou gabinete, escancaramos o STF como nunca.

Nós vamos encerrar a greve, e vamos nos deslocar para outros campos da batalha. “A batalha perdida é aquela que não se Luta”.

Vamos para as ruas disputar passo a passo.

Primeiro a campanha eleitoral para eleger Lula presidente como tática para derrotar o Golpe, vamos convocar a militância para, com a faca nos dentes, disputar voto a voto, o coração e as mentes do nosso povo para lutar contra o golpe e nos posicionar para as lutas futuras, que certamente vão vir.

A vitória eleitoral é apenas uma batalha contra o golpe, muitas batalhas vão vir ate a vitória final.

Vamos organizar o Congresso do Povo nas suas três fases: congresso do povo brasileiro nos municípios, mobilizar o povo, organizar e comitês, em núcleos, fazer, agitação, animação e propagando do projeto popular.

Organizar os congressos estaduais massivos e em março de 2019 o Congresso Nacional do Povo Brasileiro, como um espaço de participação popular, de construção do projeto popular para o Brasil e de definições táticas e estratégicas para o próximo período.

Vamos aproveitar a indicação de Adolfo Esquivel, de Lula para o Prêmio Nobel da Paz, para realizar uma grande campanha para apoiar a indicação e promover a bandeira de luta: Lula inocente, Lula Presidente, Lula Nobel da Paz.

Resta-nos, agradecer todo o carinho, a solidariedade, o apoio que recebemos de todas as organizações e pessoas de todas as partes do território brasileiro e do mundo.

Coletivamente também elaboramos uma carta de agradecimento solidário, bem como nosso compromisso de continuar o processo de luta contra o judiciário e o golpe, nas ruas.

Pessoalmente quero agradecer a todas e todos que receberam os textos que fui elaborando dia a dia, pela sintonia que mantemos por 26 dias e pedir desculpa por ter enchido o saco de todas e todos durante tantos dias.

Vamos para luta combater o bom combate, em todas as frentes de batalhas, não vamos dar um minuto de sossegos aos nosso opressores e algozes.

Obrigado a todas e todos: até a vitória e sempre.