Estadão Conteúdo - Vice na chapa do candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) rasgou elogios à maneira como a candidata Marina Silva (Rede) atacou o candidato Jair Bolsonaro (PSL) no debate de ontem (17) à noite da RedeTV! em relação à diferença salarial entre homens e mulheres. “Foi o ponto alto do debate”, cravou.

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Soube aproveitar, não buscou um subterfúgio e foi em cima do ponto, na questão de a mulher ter hoje uma inferioridade salarial em relação ao homem Ela foi feliz na forma como fez e de maneira respeitosa”, disse a jornalistas a candidata a vice, depois de ter participado, com Alckmin, neste sábado (18), de ato de apoio realizado em São Paulo pelo Partido Humanitário Nacional (PHN).

Para Ana Amélia, a resposta de Marina mostrou que ela teve senso de oportunidade. “Na política, é preciso ter senso de oportunidade.

A eficácia de dizer algo tem resultado melhor se for feito na hora certa.

E ela fez com uma argumentação irrefutável, preciosa, indiscutível.

Ela foi na lei e foi na bíblia”, afirmou. “Ela perturbou o Bolsonaro”, acrescentou.

Questionada sobre o que faltou a Alckmin para ser o destaque do debate, Ana Amélia disse que o tucano, se usasse um tom mais coloquial em suas falas, poderia ter um ganho em sua participação. “Mas ele trata as coisas com uma formalidade que, na visão dele, é o comportamento dele.

Ele tem a preocupação de continuar sendo isso e não adianta querer mudar o jeito de ser de uma pessoa”.

Na visão da senadora, quem participa de um debate presidencial precisa se preocupar em traduzir assuntos áridos para a população, evitando termos abstratos. “Crise fiscal, por exemplo.

Todos falaram disso ontem.

Você acha que uma pessoa de um bairro mais afastado da cidade sabe o que é isso?

Não sabe.

Mas se o candidato diz: ‘olha, você está gastando mais do que recebe de salário’, isso é crise fiscal”, disse.

Ana Amélia também deu o exemplo do Imposto de Valor Agregado (IVA), uma das propostas de Alckmin para simplificar a cobrança de tributos no País. “Falar de IVA é falar grego, até para quem é de classe média ou classe média alta”, disse.