Estadão Conteúdo - A candidatura ao Senado por Minas Gerais da presidente da República cassada Dilma Rousseff (PT) teve uma contestação registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-MG) na quarta-feira, 15.

A impugnação foi protocolada pelo candidato a deputado estadual Leonardo Vitor (PSC), ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) e usa como justificativa o processo de impeachment enfrentado pela candidata petista em 2016.

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No documento, Leonardo Vitor alega que o “fatiamento” do impedimento - a votação no Senado não declarou Dilma inelegível - é inconstitucional.

Por meio de nota, a petista afirmou que Vitor é “um testa de ferro dos tucanos, um laranja do MBL”. “O esforço dos golpistas de me calar é odioso.

Querem, agora, impedir que o povo de Minas escolha nas urnas quem representará o Estado no Senado da República”, declarou a ex-presidente no comunicado.

O professor de direito eleitoral da UFMG Rodolfo Viana afirmou que, mesmo pela Lei da Ficha Limpa, Dilma pode se candidatar nas eleições de outubro pois o artigo que regula os critérios de inelegibilidade por cassação exclui o cargo de presidente da República. ‘Arrependimento’ O governador de Pernambuco e candidato à reeleição, Paulo Câmara (PSB), disse na quinta que se arrepende de ter liberado quatro secretários de Estado com mandatos de deputados federal para votar a favor do pedido de impeachment de Dilma.

Apoiado pelos petistas em Pernambuco, depois de um acordo nacional entre PT e PSB, o governador tenta colar sua imagem à do ex-presidente Lula, condenado e preso pela Lava Jato.

Na quarta, Câmara foi a Brasília para participar do ato que pediu o registro da candidatura de Lula. “Quero deixar claro que fui muito criticado por ser um dos últimos governadores a se posicionar sobre o impeachment.

Está documentado que a minha posição e a do PSB era pela saída de Dilma e de Michel Temer.

No contexto histórico sim (me arrependo), disse Câmara à Rádio Jornal, no Recife.

Depois da destituição de Dilma, o PSB, do qual Câmara é vice-presidente nacional, comandou o Ministério de Minas e Energia até abril deste ano.

O cargo de ministro foi ocupado pelo deputado federal Fernando Filho, na época do PSB e atualmente candidato à reeleição pelo DEM.

Câmara afirmou que teve dificuldades de governar durante a gestão de Dilma, mas que “Michel Temer é muito pior”. “Esse governo persegue Pernambuco.

Tenho contrato com a Caixa de R$ 340 milhões, e eles colocaram defeitos e novas regras para beneficiar São Paulo, Rio de Janeiro e os Estados do Sul. É um governo sem compromisso com o Nordeste.” As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.