A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), criticou nesta quarta-feira (15) a decisão do juiz federal Sérgio Moro de adiar para novembro, depois do período eleitoral, o interrogatório do ex-presidente Lula e de outros 12 réus na ação do sítio de Atibaia. “Moro não quer uma exposição pública de Lula.
Se fosse antes do processo eleitoral, faria a exposição.
Quantas vezes já fez?
Essa é a perseguição que está acontecendo”, afirmou. “No momento que ele tem para se defender perante o País você adia?”, questionou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, candidato a vice na chapa de Lula à presidência, registrada essa tarde no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “É de uma parcialidade incrível o que está acontecendo”.
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Os interrogatórios agora devem ocorrer entre 5 e 14 de novembro.
Em seu despacho, Moro não cita o ex-presidente nominalmente, mas a ele se refere. “Um dos acusados foi condenado por corrupção e lavagem na ação penal 5046512-94.2016.4.04.7000 e encontra-se preso por ordem do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, tendo a medida sido mantida pelos Tribunais Superiores”, afirmou Moro, em alusão ao processo do triplex do Guarujá, que levou à condenação do petista a uma pena de 12 anos e um mês de reclusão. “Apesar disso, o acusado apresenta-se como candidato à Presidência da República.
Caberá ao Egrégio Tribunal Superior Eleitoral decidir a respeito.” O magistrado prosseguiu: “A fim de evitar a exploração eleitoral dos interrogatórios, seja qual for a perspectiva, reputo oportuno redesignar as audiências.”