O primeiro debate entre os candidatos à presidência da República, na noite desta quinta-feira (9), foi marcado por poucas propostas claras e muitas trocas de acusações entre os postulantes, sem se aprofundar em temas como educação, saúde e situação fiscal do País.
Em diversos momentos, ao serem questionados sobre esses assuntos, eles tergiversaram.
Sem o ex-presidente Lula (PT), que está preso e não teve a participação autorizada pela Justiça, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) foi o principal alvo dos adversários.
Dos treze candidatos, oito participam do debate: Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede).
Os demais postulantes não foram convidados porque não possuem representação mínima de cinco congressistas, requisito mínimo previsto na legislação eleitoral.
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Na primeira, os postulantes foram questionados sobre o combate ao desemprego e a geração de postos de trabalho.
Primeiro a responder, Álvaro Dias relatou sua trajetória política.
Daciolo falou em Jesus.
Alckmin propôs mudanças na política econômica, chamadas de “ilusão” por Ciro Gomes.
Marina Silva disse conhecer a realidade do desemprego e que seria uma prioridade para ela.
Ex-ministro da Fazenda, Meirelles afirmou que não se gera emprego no grito.
Bolsonaro defendeu “desregulamentação”.
Boulos falou em reforma tributária.
Foto: Kelly Fuzaro/Band - Foto: Kelly Fuzaro/Band Foto: Kelly Fuzaro/Band - Foto: Kelly Fuzaro/Band Foto: Kelly Fuzaro/Band - Foto: Kelly Fuzaro/Band Bolsonaro e Boulos no debate da Band (Foto: Kelly Fuzaro/Band) - Bolsonaro e Boulos no debate da Band (Foto: Kelly Fuzaro/Band) Foto: Kelly Fuzaro/Band - Foto: Kelly Fuzaro/Band Foto: Kelly Fuzaro/Band - Foto: Kelly Fuzaro/Band Foto: Kelly Fuzaro/Band - Foto: Kelly Fuzaro/Band Na segunda parte, em que os candidatos puderam escolher a quem perguntar, Alckmin e Bolsonaro foram os alvos principais dos adversários.
Ao ser indagado por Boulos, o deputado do PSL afirmou: “Não vim aqui para bater boca com um cidadão desqualificado”.
A troca de acusações deu o tom em outros momentos do debate. » Daciolo atribui feminicídios a ‘falta de amor’ e Dias à corrupção; Bolsonaro minimiza diferença salarial » Alckmin e Bolsonaro são os mais ‘acionados’ em primeiro bloco de debate » Em debate, Alckmin diz que se coligou ao centrão para aprovar reformas No segundo bloco, com perguntas de jornalistas, mais uma vez os candidatos deixaram de responder claramente as perguntas.
Ao ser questionado sobre o feminicídio no País, Álvaro Dias falou sobre a violência em geral, não respondendo exatamente sobre esses crimes cometidos contra mulheres por questões de gênero, e atribuiu ao problema da segurança como um todo. “O grande problema que estamos vivendo hoje é a falta de amor”, disse ainda Daciolo.
No ‘confronto direto’ do terceiro bloco, Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) responderam duas vezes enquanto os demais candidatos responderam apenas uma pergunta.
Guilherme Boulos (PSOL) e Alvaro Dias (Podemos) não foram escolhidos para responder nenhuma vez.
Cabo Daciolo perguntou a Ciro Gomes sobre a fundação do chamado Foro de São Paulo e do suposto plano Ursal, segundo ele, uma união para o comunismo. “Meu estimado Cabo, eu tive o prazer de lhe conhecer hoje e pelo visto o amigo não me conhece.
Eu não sei o que é isso, não fui fundador do Foro de São Paulo e acho que está respondido”, rebateu o pedetista.
Depois disso, foi ouvida a risada da plateia.
Nas redes sociais, já o ironizavam. “Cabo Daciolo é um boato de WhatsApp ao vivo”, dizia um dos tuítes. » Lula está preso enquanto Temer está solto, diz Boulos em debate » Candidato promete trabalho ‘pela honra e glória do senhor Jesus’ » Manifestantes protestam contra ausência de Lula em debate » Relembrar o passado marca debate paralelo do PT nas redes sociais No quarto bloco, as perguntas voltaram a ser feitas por jornalistas que escolhiam dois candidatos, um para responder outro para comentar a pergunta.
O assunto que marcou o bloco foram as propostas de cortar privilégios.
Bolsonaro foi questionado sobre os benefícios a políticos e respondeu que os auxílios estão previstos em lei. “Eu podia ter usado R$ 400 mil do cotão, mas usei só metade”, disse.
Em resposta, Boulos disse não ser ético aceitá-los, embora sejam previstos por lei. “Privilégio não combina com direito”, rebateu.
Sem Lula O PT, partido do ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba por ter sido condenado pela Operação Lava Jato, acionou a Justiça para que a ida dele ao debate fosse autorizada, mas o pedido já havia sido negado em primeira instância, decisão confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) nesta quinta-feira (9).
O partido, então, abriu transmissões ao vivo nos redes sociais com Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB) fazendo comentários sobre o da Band.