Na reta final das convenções partidárias, neste domingo, tanto a oposição com Armando Monteiro como a terceira via que se busca formar com o Avante e o Pros estão salivando para tirar o apoio do PDT de Paulo Câmara e criar dificuldades para a reeleição do socialista.
Os detalhes são mantidos em segredo, mas a oposição confirma que está dialogando com o PDT, depois que Ciro Gomes reclamou publicamente do isolamento, a partir do acordo do PSB e o PT, que passou pela derrubada da candidatura de Marília Arraes.
De acordo com informações de bastidores, ao menos um importante prefeito ligado a Oposição peitou o deputado federal Eduardo da Fonte para rumar com a oposição, começando por ajudar a levar o PDT para fora da “Frente Popular”. “Eduardo da Fonte ficou de refletir.
Há chance de sair, mas o problema é que ele nomeou muita gente (no governo Paulo Câmara).
Não depende só dele hoje” Em um voo de volta ao Recife, neste sábado, Sebastião Oliveira, presidente do PR, dizia que a indicação de Luciana Santos não era bem recebida e era a senha para sair.
Ele é muito ligado a Eduardo da Fonte, com quem formou um bloco na Alepe.
Para outros observadores da cena política local, seria difícil para Eduardo da Fonte trocar de lado, nesta hora. “Já estão todos arrumados (em suas chapas proporcionais)”, diz uma fonte. “Não seria absurdo algum ir para o palanque de Armando Monteiro, formando um bloco amplo de apoio.
Com isto, haveria palanque para Ciro Gomes.
Armando Monteiro já mostrou que pode ter mais de um presidenciável (defendeu voto em Lula e senadores defendem Alckmin”, analisa outro observador.
Na terceira via, as composições sugeridas e em discussão contam com o PDT em evidência.
Numa das chapas citadas neste sábado, o candidato a governador seria o ex-deputado federal Maurício Rands, do Pros, que seria lançado para dar palanque único a Ciro Gomes.
O Avante, que hoje fechou acordo com Ciro Gomes, indicaria o deputado Federal Sílvio Costa para o Senado, de modo a bater de frente com Humberto Costa, que busca a reeleição ao lado de Paulo Câmara.
Nesta composição, Wolney Queiroz tentaria a reeleição como deputado federal e o ex-prefeito de Caruaru José Queiroz disputaria um mandato de deputado estadual, ajudando Eduardo da Fonte na Alepe. “O problema da terceira via é que, sem Marília Arraes, eles não tem tutano.
Ela dava mais liga e podia até ganhar a eleição”, avalia um expectador.
De acordo com articuladores da cena local, tudo pode acontecer até a meia noite deste domingo. “Não tem nada fechado (com o PDT).
Todos estão vendo onde fica melhor, estão rodando e avaliando as possibilidades”.
Armando Monteiro diz que tem 15 dias para fazer articulações ainda Após o PDT deixar a base do governo Paulo Câmara (PSB), há dois dias, comentou-se nos bastidores a possibilidade de o partido migrar para a oposição. “Eu acho que temos até o dia 15 possibilidades ainda de evidentemente incorporar novos partidos, novos apoios.
Vamos aguardar”, afirmou neste sábado (4) o senador Armando Monteiro Neto (PTB), candidato ao governo. “Nossa disposição é de dialogar”.
Em 2014, o PDT indicou o vice de Armando Monteiro, que foi o ex-deputado federal Paulo Rubem Santiago, hoje no PSOL.
O PDT chegou a estudar lançar o advogado Túlio Gadêlha ao governo de Pernambuco.
Foi cogitada também a formação de uma chapa com partidos como a Rede do ex-prefeito de Petrolina Júlio Lóssio e o Avante do deputado federal Silvio Costa.
Nenhum desses cenários foi confirmado um dia antes do fim do prazo para convenções.
Comenta-se ainda que o PDT voltou a conversar com o PSB.
O rompimento do PDT com o PSB foi após os socialistas fecharem acordo com o PT.
Apesar de não formarem uma aliança nacional, o apoio entre os dois partidos inviabilizou a coligação nacional dos socialistas com o presidenciável petebista, Ciro Gomes.
Hoje, o PDT tem a Secretaria de Agricultura no governo Paulo Câmara (PSB), com Wellington Batista.