O presidente do PDT de Pernambuco, o deputado federal Wolney Queiroz, usou a articulação entre PT e PSB para retirar a candidatura da petista Marília Arraes para justificar a formação da aliança com Pros e Avante para lançar a chapa encabeçada por Maurício Rands, anunciada na noite deste domingo (5).

Queiroz, que até essa quarta-feira (1º) integrava a base do governador Paulo Câmara (PSB), criticou a negociação, que impediu o apoio dos socialistas ao presidenciável do seu partido, Ciro Gomes. “Essa candidatura de Marília sucumbiu às grandes estruturas e aos grandes acordos.

Restou a esses corajosos partidos furarem o certo e apresentarem a Pernambuco uma alternativa”, disse. “Pernambuco não merece ficar refém de duas estruturas (PT e PSB) sem ter a opção de uma alternativa que represente um desejo sufocado da população de ter o direito de escolher um novo governador, de ter o direito de escolher um novo caminho”.

O acordo entre PT e PSB ainda levou o senador petista Humberto Costa a disputar reeleição na chapa socialista, ocupando a vaga que era esperada para o ex-prefeito de Caruaru José Queiroz (PDT), pai de Wolney Queiroz.

LEIA TAMBÉM » Horas após ser anunciado, Jayme Asfora não será mais candidato na chapa de Rands » Terceira via sai com Rands, Isabella de Roldão, Silvio Costa e Jayme Asfora Encabeçada por Maurício Rands, representante do Pros, a chapa tem como candidata a vice a ex-vereadora do Recife Isabella de Roldão, indicada pelo PDT.

O deputado federal Silvio Costa (Avante) é um dos nomes para o Senado.

Duas horas após ser anunciado candidato ao Senado, o vereador do Recife Jayme Asfora (Pros) não será mais o outro candidato ao Senado.

Oficialmente, o presidente do Pros em Pernambuco, o deputado federal João Fernando Coutinho, afirmou que ele sairia para abrir espaço para atrair novos partidos.

Nos bastidores, comenta-se que ele não aceitou o convite.

Silvio Costa afirmou que Paulo Câmara pressionou para que Asfora não disputasse na chapa, o que o socialista nega.

Contra PT e PSB Anunciada por volta das 18h30 deste domingo (5), a chapa começou a ser articulada na última quarta-feira (1º), quando PT e PSB fecharam um acordo, levando à retirada da candidatura de Marília Arraes (PT).

Com isso, Pros e Avante, que haviam anunciado o apoio à petista, ficaram sem palanque.

Houve uma debandada do PSB para o Pros na janela partidária, entre março e abril, de parlamentares que queriam evitar disputar com nomes que integram o chapão da Frente Popular.

No mês passado, no entanto, o presidente estadual do partido, deputado federal João Fernando Coutinho, passou a defender Marília Arraes.

Nacionalmente, o partido está coligado com o PT.

Silvio Costa havia sido anunciado pré-candidato em uma eventual chapa de Marília Arraes, o que não aconteceu.

Sem ela, o parlamentar não teria palanque por ser opositor de Paulo Câmara e dos candidatos ao Senado na chapa de Armando Monteiro Neto (PTB) - Bruno Araújo (PSDB) e Mendonça Filho (DEM) -, embora seja aliado do petebista.

PDT A articulação entre PT e PSB levou os socialistas a não darem o apoio esperado pelo presidenciável do PDT, Ciro Gomes, que ficou isolado.

Após a decisão dos dois partidos, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, anunciou que a legenda estava deixando a base do governo Paulo Câmara, em que tem a Secretaria de Agricultura, com Wellington Batista.

Além disso, foi iniciada uma especulação de que a sigla poderia inclusive ter como candidato o advogado Túlio Gadelha.

Até esta tarde, na convenção que homologou candidatura de Paulo Câmara à reeleição, o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, afirmava que ainda aconteciam conversas para tentar atrair PDT e Pros novamente para a Frente Popular.