A presença do deputado federal Bruno Araujo, do PSDB, na casa do presidente do PP, Eduardo da Fonte, ao lado do deputado federal do PDT Wolney Queiroz, causou alguma estranheza porque aparentemente estão em palanques opostos.

Bruno Araujo é candidato ao senado ao lado de Armando Monteiro.

Já Wolney Queiroz era da base de Paulo Câmara e dizia que não planejava passar para a oposição.

Nos meios políticos, entretanto, a conversa foi interpretada como ensaios relacionados para o lançamento da chapa da terceira via no Estado.

A chapa deve ser anunciada nesta tarde.

De fato, o PDT do deputado Wolney Queiroz e o ex-prefeito José Queiroz foram obrigados a deixar o PSB de Paulo Câmara.

Ciro e Lupi ficaram bravos com a opção do PSB pela aliança com o PC do B e o PT, no plano nacional.

Qual a jogada de Bruno Araujo?

Ajudar a formar uma espécie de chapa paralela para o Senado.

Ao estimular a criação de um segundo palanque no Agreste, ele pensa que pode receber os votos que iriam para Jarbas Vasconcelos e não irão mais, com o afastamento dos dois caciques de Caruaru de Paulo Câmara. “Está sendo um mestre.

A ideia é que seja Mendonça e ele.

José Queiroz e ele, como o segundo senador de Rands”, explica uma fonte.

O governo do Estado trabalhou para estancar o rompimento do PDT ou rachar o partido, mas aparentemente não deu certo.

Paulo Câmara pediu ajuda a Eduardo da Fonte, mas ao que parece não foi possível manter o aliado na chapinha do PP.

Pelo desenho que se fala nesta manhã de domingo, haveria a união de PDT, Pros e Avante.

O ex-deputado federal Maurício Rands iria para a cabeça da chapa, disputando o governo.

Um dos senadores seria José Queiroz, do PDT, por orientação de Carlos Lupi, para justamente tirar votos de Jarbas Vasconcelos, aliado de Paulo.

O outro senador seria Sílvio Costa, do Avante, justamente para bater de frente com o candidato do PT na chapa de Paulo Câmara, Humberto Costa, que busca a reeleição.

A nova chapa, de oposição, pode ser lida como uma resposta de Ciro Gomes a Gleisi Hoffmann, presidente do PT, que manobrou para isolar Ciro Gomes do PSB e PC do B no cenário nacional.

Uma espécie de troco.