Seis pessoas começaram, na tarde desta terça-feira (31), uma greve de fome pela libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Um dos manifestantes do grupo, Jaime Amorim - líder do MST em Pernambuco, que é considerado o ’número 2’ do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, abaixo apenas de João Pedro Stédile na hierarquia do grupo - afirmou que a vida dos manifestantes que pedem a liberdade de Lula está nas mãos do STF.

Em entrevista ao Blog de Jamildo, Jaime Amorim disse que a greve não tem prazo para acabar e pressionou a Suprema Corte. “Entramos em greve de fome hoje e só vamos sair da greve com a garantia da liberdade de Lula.

Portanto, nossas vidas estão hoje nas mãos do STF, que é o único capaz de permitir a liberdade de Lula e garantir a ele os direitos democráticos de disputar as eleições”, afirmou.

Jaime revelou que a greve tem por objetivo - além de pedir a soltura de Lula - denunciar a volta da fome no Brasil. “Nós colocamos dois objetivos básicos, o primeiro é denunciar a volta da fome no Brasil, o Brasil estava fora do mapa da fome desde 2014, nós queremos denunciar o caos político e social em que foi colocado o País com o golpe.

E segundo é a liberdade de Lula, nós temos que colocar isso como importante para recuperar a democracia no Brasil, a soberania nacional, para que a gente não volte a viver aquilo que o Brasil já foi em um período muito recente”, disse.

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Nós iniciamos a ‘Marcha Lula Livre’ em Pernambuco, iniciamos a caravana do ‘Semiárido contra a fome’, que deverá chegar amanhã em Curitiba, e no dia 10 iniciamos a grande marcha aqui em Brasilia, até o dia 15 com o registro da candidatura do Lula.

Nos estados, a população começa a se mexer em defesa da liberdade de Lula”. “Esse é o objetivo central, o direito de Lula de poder disputar as eleições e estar livre já que há uma prisão política, e a nossa greve de fome diz respeito à denuncia internacional da prisão politica de Lula com a palavra de ordem ‘Lula inocente, Lula presidente’”, explicou ao Blog. » Ciro diz discordar da estratégia do PT de manter candidatura de Lula até o fim » Humberto admite que PT tem ‘plano B’ para Lula, mas desconversa sobre nomes » Lula nunca cogitou substituir a sua candidatura, diz advogado do petista Sobre a logística da greve, Amorim contou que existe um grupo de ajuda. “Temos um grupo de apoio de dirigentes, militantes do MST, e de outras organizações.

Temos gente da área de saúde, médicos, da área do direito e gente da infraestrutura cuidando da água, do soro, das questões do dia-a-dia e muita gente da imprensa”. “Hoje Lula representa esse sentimento, essa vontade, esse sonho, a voz do povo brasileiro de voltar ao País que a gente acredita e sonha”, finalizou.

Os protestos ocorrem em Brasília, na frente da sede do Supremo Tribunal Federal (STF), e abrem uma série de atos que reivindicam a candidatura do petista, preso em Curitiba há 116 dias, desde 7 de abril.