Estadão Conteúdo - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta sexta-feira, 27, que o governo ainda não possui um candidato definido e que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que tenta obter maioria no MDB para disputar a Presidência da República, defende o trabalho realizado por ele na pasta - não o conjunto do governo Michel Temer.

Meirelles tem feito sua pré-campanha divulgando ações econômicas à frente do Ministério da Fazenda no governo Temer e do Banco Central no governo Lula.

LEIA TAMBÉM » Meirelles diz que propostas irresponsáveis de candidatos causam instabilidade econômica » MDB pede aos eleitores: ‘Chama o Meirelles’ » Após Centrão formalizar apoio a Alckmin, Temer diz que Meirelles segue candidato “O governo não tem candidato neste momento.

Quem tem candidato é o MDB, e o candidato que leva a proposta do governo é o Meirelles.

Ou nós estamos com o Meirelles ou não tem candidato”, respondeu Padilha ao ser questionado se o governo teria dificuldades em se aliar ao tucano Geraldo Alckmin na disputa presidencial.

Ao ser instado a explicar se o governo não tinha mesmo um candidato claro, o ministro deu a seguinte resposta: “O candidato claro do governo, que leva a proposta do governo, é o ministro Meirelles.

Não que ele defenda o governo, ele defende o trabalho dele.

O trabalho dele é o trabalho do governo, em tese.

Então, ao defender a ele (mesmo), ele defende o governo junto”.

Conforme o ministro, o Planalto não trabalha mais com a hipótese de mudanças entre os nomes que disputarão a sucessão de Temer nas eleições de outubro. “O quadro está cristalizado”, afirmou o ministro, pouco antes de o presidente encerrar sua participação na 10ª Cúpula dos Brics, na África do Sul.

O MDB ainda tenta atrair um partido para compor aliança à pré-candidatura à Presidência da República do ex-ministro da Meirelles e busca um nome para compor uma chapa como candidato a vice-presidente.

Padilha entende que abrir as negociações poderia prejudicar um eventual acordo. “O presidente (do MDB, Romero) Jucá e o ministro Meirelles ainda trabalham com a possibilidade de uma aliança.

Vai ter que ter.

Alguém que pudesse representar o Nordeste seria muito bom”, disse.

Meirelles tem feito uma ofensiva sobre siglas nanicas, depois de ter sido preterido, com respaldo do Palácio do Planalto, pelo Centrão, que aderiu à candidatura do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB).

O bloco é composto por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade, todos partidos de sustentação do governo Michel Temer.

Nesta quinta-feira, 26, o presidente da República disse que, apesar de prejudicada, a candidatura de Meirelles continua.