Estadão Conteúdo - Após ser criticado por juristas e analistas, o candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) afirmou que as declarações de que, se eleito, colocaria o Judiciário e o Ministério Público de volta em suas “caixinhas” foram tiradas de contexto para gerar intrigas.
Na ocasião, também disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “só teria chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder”.
As declarações foram dadas em Ananindeua, no Pará, onde o candidato participou da convenção estadual do seu partido nesta quarta-feira, 25, e são uma resposta às informações reveladas em reportagem do jornal O Estado de S.
Paulo.
LEIA TAMBÉM » ‘Acho que Deus está me ajudando’, diz Ciro sobre afastamento do Centrão » Concurso público no Ceará tem pergunta sobre família de Ciro Gomes » ‘Vamos ver o que escapa para mim desse balé’, diz Ciro sobre alianças No Pará, o pedetista disse que essa declaração foi tirada do contexto. “Quando eu disse a gente, eu não quis dizer eu.
Quis dizer os democratas, os que têm compromisso com o Estado democrático de direito, com o restabelecimento da autoridade, do império da lei que, no Brasil, parece estar completamente deformada”.
Segundo ele, o termo caixinha foi uma figura de linguagem usada para explicar que Judiciário e Ministério Público “não podem se meter em tudo”. “Isso é uma expressão que todo mundo conhece.
Só a fraude tenta fazer esse tipo de intriga.
No Brasil, está cada um trabalhando fora da sua caixa”, disse o candidato.
Ciro defendeu, ainda, a necessidade de restaurar “o império da lei”. “O Judiciário julga, o Legislativo legisla e o Executivo executa.
Não é possível que o Judiciário queira executar. (Não é possível) que no Brasil cada prefeito esteja subordinado ao constrangimento, à humilhação de um jovem membro do Ministério Público que, ainda que de boa fé, deforme reputações, se meta onde não deve.
O País não aguenta mais essa baderna”, declarou pouco antes de subir ao palanque.
No dia 20, a convenção nacional do PDT confirmou sua candidatura ao Planalto.
Ainda falta definir quem será o vice.
Viagem Ciro Gomes desembarcou na manhã de quarta-feira em Belém e seguiu para um ginásio no município de Ananindeua, na região metropolitana, onde era esperado por membros do PDT e também pelo prefeito da cidade, Manoel Pioneiro, do PSDB.
Outro convidado especial da convenção do PDT foi o pré-candidato ao governo do Estado pelo DEM, Márcio Miranda.
No Pará, o PDT apoiará Miranda, que terá como vice um nome a ser indicado pelos tucanos.
Indagado sobre a aliança, o pedetista afirmou que “o Brasil é uma federação complexa” e que, no Pará, o objetivo é derrotar o MDB.
No Estado, a sigla tem como candidato ao governo o ex-ministro Helder Barbalho, filho do senador Jader.
O PDT negocia também aliança com o PSD, partido que apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Se olhar para trás, é quase impossível (explicar a aliança para os eleitores), mas estamos olhando para frente”.
Indagado se as alianças não deixariam os eleitores confusos, afirmou que “o povo brasileiro é mais inteligente do que julga o nosso vão jornalismo”.