Estadão Conteúdo - O líder do PR na Câmara dos Deputados, José Rocha (BA), disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a bancada do partido está dividida entre apoiar as pré-candidaturas de Jair Bolsonaro (PSL) ou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, mesmo condenado e preso, é indicado pelo seu partido para disputar o cargo.

Segundo Rocha, as alianças regionais nos Estados têm contribuído para a divergência interna.

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Há deputados que preferem Bolsonaro e outros que são favoráveis a apoiar o Lula.

O Valdemar (Costa Neto) tem um mapa de como estão as disposições regionais”, disse antes de negar que a indecisão seja contraditória. “O PR está próximo ao centro.

Se for com Lula, será próximo da centro-esquerda.

Se for Bolsonaro, estaremos com a centro-direita”, disse.

Ele afirmou ainda que apenas uma pequena parcela do partido está entusiasmada com a pré-candidatura de Ciro Gomes (PDT).

Sob o comando de Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o PR tem sido cortejado tanto pelo PT, como por PSL e PDT.

Bolsonaro, por exemplo, queria o senador Magno Malta (PR-ES) como vice em sua chapa, mas o parlamentar recuou.

No lugar, o partido de Valdemar sugeriu o nome do empresário Josué Gomes, que se filiou ao PR no início de abril, mas não teria agradado à campanha de Bolsonaro.

Na prática, o PR pode agregar cerca de 45 segundos ao tempo de televisão de Bolsonaro.

Sozinho, pelo PSL, o pré-candidato terá menos de 10 segundos. “Seria extremamente importante 45 segundos a mais no horário eleitoral, mas nem tudo vale 45 segundos.

Como explicar para o nosso eleitorado essa pessoa (Josué Gomes) ao lado do Bolsonaro?

Melhor manter os 25% (de intenção de voto) do que vender a alma para o diabo.

Nós queríamos o PR com o Magno Malta, que é uma pessoa que já defende a mesma linha que nós.

Agora o Josué tem um outro perfil.

Não tem como colocar a linha do petista do PR na campanha, essa pessoa (Josué) tem a linha petista. É inexplicável isso para os nossos seguidores”, disse o deputado Waldir (PSL-GO).

Josué Gomes é presidente da indústria têxtil Coteminas e filho do ex-vice-presidente José Alencar (que morreu em 2011).

Ele já foi estimulado pelo próprio ex-presidente Lula a se aventurar como cabeça de chapa.

Em 2014, o empresário disputou uma vaga no Senado pelo MDB, seu antigo partido, e conquistou 3,6 milhões de votos, mas não foi eleito.

Um dos entusiastas da aliança entre PR e Bolsonaro, o deputado federal Capitão Augusto (PR-SP) afirma que a parceria depende agora apenas do presidenciável.

Ele diz que a aliança seria o casamento perfeito. “O ideal é alguém que não atrapalhe o Bolsonaro e que tenha um pensamento aliado”.

Segundo ele, o prazo para essa parceria se consolidar é quarta-feira.