O deputado federal pernambucano, Fernando Filho (DEM), fez um balanço de sua atuação em Brasília, sobretudo a frente do Ministério de Minas e Energia, além de analisar a conjuntura política no Estado, durante entrevista para o programa Cidade em Foco da Rede Agreste de Rádio comanda por Alberes Xavier.

Seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho trava uma luta interna pelo comando do MDB em Pernambuco contra forças ligadas ao projeto de reeleição do governador Paulo Câmara (PSB).

O deputado comentou essa situação. “Nós vamos continuar brigando, se não resolver até lá, nós vamos judicializar.

Porque na verdade, o partido já decidiu por mais de dois terços que o novo presidente do MDB em Pernambuco é o senador Fernando Bezerra Coelho (…).

A gente tem muita tranquilidade de que quando a justiça julgar, vai prevalecer a vontade do partido e a vontade do partido já foi deliberada”, disse.

Ele ainda falou sobre as articulações em torno da pré-candidatura do senador Armando Monteiro (PTB) ao Governo de Pernambuco. “Nessa conjuntura de forças, o que nos interessa é atrair o maior número de pessoas e partidos para a pré-candidatura do nosso candidato ao governo que é Armando Monteiro, o que nós queremos é construir a maior frente política da oposição para a gente poder mudar a realidade do nosso Estado”.

LEIA TAMBÉM » Comando do MDB em Pernambuco pode ser decidido por Carmen Lúcia, no STF » FBC entra com cautelar cobrando que Carmem Lúcia defina comando do MDB em Pernambuco » No STF, PGR se pronuncia a favor de Fernando Bezerra na disputa pelo diretório regional do MDB Entenda a polêmica Na última segunda-feira (9), a menos de duas semanas das convenções partidárias, ocorreu mais um capítulo da disputa judicial entre os grupos de FBC e Jarbas Vasconcelos pelo comando do MDB de Pernambuco.

O documento protocolado ontem (11) chama a atenção para a “urgência na análise e no deferimento do presente pedido”, considerando o prazo para definição de candidatos e formação de coligações que deve acontecer entre os dias 20 de julho a 5 de agosto.

A executiva nacional do MDB, que se baseia no prazo de realização das convenções partidárias para pedir urgência na análise, espera que a decisão seja tomada pela Ministra Carmén Lúcia, que responde pelo plantão até 31 de julho.

Já a executiva estadual do partido, que é presidida pelo vice-governador Raul Henry, espera que Ricardo Lewandowski – que volta a responder pelo processo em 1º de agosto – tome a decisão, sendo por isso o fato de a convenção estadual do MDB ter mudado de data – para o dia 3 de agosto -, para que a sua realização no dia 20 não seja pretexto para que a decisão seja tomada pela magistrada em regime de plantão. “Em resumo, o fato de haver datas legalmente estabelecidas para a realização das convenções partidárias – a partir de 20/07/2018 – torna ainda mais urgente a prestação jurisdicional que encerre os litígios no STF e no TSE, de maneira que os processos voltem a ter curso na jurisdição ordinária e que não haja risco de perecimento do direito postulado”, diz o texto, que pede para rever parcialmente a liminar de Lewandowski que manteve o diretório do MDB de Pernambuco com Raul Henry.

Caso o parecer pela extinção do processo seja acatado no STF, Fernando Bezerra Coelho deve voltar ao comando do MDB no Estado.

A volta de FBC ao comando da legenda poderá ser prejudicial ao governador Paulo Câmara (PSB), pela perda do tempo de guia eleitoral do MDB.

Com esse eventual resultado a favor de FBC, a postulação de Jarbas Vasconcelos ao Senado, na chapa do governador Paulo Câmara (PSB) fica inviabilizada, pois Jarbas está oficialmente filiado ao MDB.

Mais sobre Fernando Filho Na entrevista ao programa do interior, Fernando Filho fez um balanço da sua passagem pelo comando do Ministério de Minas e Energia. “A gente teve um trabalho de recuperar o setor elétrico, o setor energético brasileiro, que vinha aprofundando em uma crise muito grande (…), a gente fez questão de poder gerar oportunidades de emprego, por exemplo, na CHESF, quando nós assumimos, haviam 111 obras paralisadas e nós retomamos todas elas, um investimento de mais de 2 bilhões de reais”, disse.

Um dos maiores desafios enfrentados pelo deputado no comando da pasta foi a discussão da privatização de algumas empresas públicas. “De fato, teve a proposição de privatização de algumas empresas, por uma convicção muito própria minha.

Nós temos muita dificuldades dentro do governo, na minha cabeça governo é para prestar à população serviço de segurança, saúde e educação, serviços essenciais.

Não é papel do governo ser grande e ter empresa pública, porque quando o governo tem um empresa que dar prejuízo, que paga é todo nós com nossos impostos”, disse.

Fernando Filho é integrante de uma família tradicional da política pernambucana, seu pai Fernando Bezerra Coelho é senador e seu irmão Miguel Coelho é prefeito de Petrolina. “A gente sempre respirou e respira política em casa desde muito cedo e nós escolhemos por opção, por vocação, seguir na vida pública (…).

Graças a Deus a gente tem merecido a confiança do povo de Petrolina, do povo de Pernambuco, que nos confiou mandatos importantes e a gente tem procurado trabalhar em prol do nosso Estado”, disse.

No jc desta sexta A defesa do Diretório Estadual do MDB solicitou à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, que atua no plantão da corte durante o recesso judiciário, o indeferimento do pedido de revisão imediata da liminar que tem garantido ao vice-governador Raul Henry a presidência da agremiação em Pernambuco.

O requerimento de tutela de urgência, protocolado anteontem pela Executiva Nacional da sigla, argumenta que o MDB-PE realizaria sua convenção no dia 20 de julho e, caso a matéria não fosse apreciada antes desta data, havia “risco ao resultado útil do processo e perecimento do direito reclamado”.

A cúpula emedebista pernambucana, no entanto, alega que adiou para o dia 3 de agosto – data posterior ao fim do recesso – sua convenção. “Sendo assim, o adiamento ora noticiado afasta a urgência apontada pelo requerente, uma vez que lhe será possível ‘reiterar suas razões ao ilustre relator deste CC (conflito de competência), inclusive com o respaldo do MPF (Ministério Público Federal)’”, diz trecho da petição.

O Diretório Estadual afirma ainda que, diferentemente do entendimento do MDB Nacional, não se pode considerar as convenções partidárias um fato novo no processo, uma vez que elas estão previstas na legislação eleitoral.

Outro argumento defendido pelos advogados de Raul é que, ao devolver o comando do partido ao vice-governador, o ministro relator do caso, Ricardo Lewandowski, “indicou a necessidade de o órgão estadual estar protegido de ‘interferências externas’ na condução do processo eleitoral que se inicia, justamente para evitar injunções da Comissão Executiva Nacional nas convenções partidárias locais”.

Anteontem, através de sua assessoria de imprensa, Raul Henry afirmou à reportagem que adiou a convenção estadual para atender a um pedido do governador Paulo Câmara (PSB).

Segundo Raul, o socialista “ponderou que seria melhor que todos os partidos da Frente Popular fizessem sua convenção no mesmo período”.