Crítico da reforma Trabalhista aprovada no último ano pelo governo Michel Temer, Ciro Gomes, do PDT, voltou a tratar do assunto durante evento com pré-candidatos ao Palácio do Planalto promovido, nesta quarta-feira (4), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. “Essa reforma Trabalhista da forma como foi feita é uma selvageria.
Por exemplo, tem um artigo lá que permite que o patrão descuidado aloque uma senhora grávida em um ambiente insalubre”, diz o presidenciável. “Isto é uma selvageria pura e simplesmente”.
Ciro disse que não era preciso ter medo de modernizar a legislação trabalhista, no entanto seria preciso fazer uma reforma justa, moderna, e que leve em consideração as relações saudáveis entre trabalhador e patrão. “Em seis meses eu convoco as centrais sindicais, as entidades empresariais, a legislação internacional comparada, a universidade e fazemos um grande, generoso e fraterno debate e substituímos essa selvageria por um consenso ou, pelo menos, por um arbitramento (julgamento) mais justo. É o que eu penso em fazer”, garante.
Na última semana, ao comentar os números do desemprego no país, Ciro Gomes já tinha manifestado preocupação quanto aos reflexos da reforma que, segundo ele, causaram o aumento da informalidade no país.
Não cita o desastre do governo Dilma, nem seu criador.
De acordo com o IBGE, mais de 300 mil pessoas começaram a trabalhar sem carteira assinada, somente no último trimestre.
Ao todo, no país, já são mais de 34 milhões de trabalhadores sem emprego formal.
Plano de desenvolvimento para Brasil O Brasil precisa construir um plano nacional de desenvolvimento para os próximos 50 anos.
De acordo com Ciro, o país está paralisado e não consegue crescer economicamente por conta de diversos fatores, entre eles o endividamento das famílias e das empresas, que o governo tem sido incapaz de solucionar. “Na minha opinião nós não sairemos disso pela reação utópica as fogueiras do dia-a-dia, tabelando preço de frete, dando subsídio no óleo diesel, mantendo uma política estúpida de preço da Petrobras que não se sustenta à luz de qualquer observação crítica.
Isso não vai dar saída para o Brasil”, avaliou o pré-candidato. “Nós estamos afundando estrategicamente como país, como nação.
Basta ver a consequência disso no caos que está virando a vida do nosso povo na rua”, disse.
O presidenciável, ministro da Fazenda no governo Itamar Fraco, propõe um plano para estratégico visando os próximos 50 anos. “Nós precisamos celebrar entre nós a ideia de um projeto.
E, eu imagino, concretamente, de que nós deveríamos ter a tarefa audaciosa de eleger um país como a França, Itália ou Espanha e afirmar: ‘Olha, sobre o ponto de vista de indicadores socioeconômicos, o Brasil quer ser uma França, uma Itália ou uma Espanha em um universo estratégico de 50 anos, vamos ser humildes”, conclui.
Ciro Gomes garante que este tipo de plano é “perfeitamente praticável”, uma vez que ela já é repetida por países como os Estados Unidos, a China e a Coreia do Sul.
Com informações da agência Radio Mais, do Distrito Federal