Nesta terça-feira, com alarde, foi lançado um manifesto, em ato político na Câmara dos Deputados, propondo uma “frente progressista” no parlamento brasileiro que esteja efetivamente comprometida com a construção de um “projeto desenvolvimentista” para o Brasil. “As eleições de outubro deste ano possuem papel fundamental para a retomada do desenvolvimento no Brasil e para a consequente saída da crise na qual o país se encontra. É justamente nesse contexto que se deu o lançamento de um manifesto programático na tarde desta terça-feira (3), na Câmara dos Deputados”, argumentaram.
O documento apresentado, uma elaboração das fundações Maurício Grabois (PCdoB), Perseu Abramo (PT), João Mangabeira (PSB), Lauro Campos (PSol) e Leonel Brizola-Alberto Pasqualini (PDT), propõe a construção de uma “forte frente progressista no Parlamento brasileiro que esteja compromissada com a alternativa de um projeto nacional de desenvolvimento”.
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Na avaliação destes, seria importante trazer o debate para o âmbito do Congresso para que o papel constitucional do Legislativo seja respeitado, algo que, inclusive, consta no texto.
O posicionamento é defendido pela presidente nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), que pontuou a necessidade de uma frente efetivamente ampla. “Sem um Parlamento à altura, não conseguiremos caminhar rumo à retomada do crescimento”, diz. “O desafio é grande.
Estamos vivendo uma crise econômica, social e política muito grave, fruto de uma interrupção de um projeto nacional e popular feita através de um impeachment fraudulento, sem crime de responsabilidade.
As consequências dessa agenda são tenebrosas, nefastas.
Para além de semear o ódio e a intolerância, estamos vivendo um desmonte acelerado da soberania nacional e dos direitos conquistados.
Este manifesto, e depois a frente, são necessidades estratégicas”, disse acreditar Luciana Santos. “Em época de eleições, costuma dar-se uma carga grande ao Executivo, atribuindo a ele a elaboração e a implementação de propostas para o país.
Mas é preciso lembrar que grande parte dos projetos precisa passar pela Câmara e pelo Senado, que cometeram recentemente crimes lesa-pátria como a entrega do pré-sal e a aprovação da Reforma Trabalhista e do teto de gastos”.
Durante o ato, os participantes ainda defenderam o papel “do povo” na elaboração de uma iniciativa programática justa e avançada para a nação. “Cabe à sociedade o compromisso de eleger deputados e senadores que possuem uma visão da soberania nacional e da questão social, com ênfase na redução das desigualdades e da afirmação da causa democrática”.
A Bancada comunista esteve presente em peso no evento para somar forças.
O líder do PCdoB na Câmara, deputado Orlando Silva (SP), salientou que ‘resistência’ é a palavra-chave para orientar a luta política no Brasil, e que a disputa eleitoral que enfrentaremos neste ano é imprescindível nesta estratégia. “O manifesto é inspirador e reúne iniciativas de resistência e luta.
Estamos construindo um debate com conteúdo, com propostas, procurando a sociedade civil, outras bancadas, centrais sindicais, instituições estudantis.
Nosso país é maior do que este governo minúsculo de Temer.
O programa apresentado aqui nos orienta bem para garantir a democracia, os direitos sociais.
Nossa obra está inacabada, mas é hora de retomar o fio da meada, com mais força e consciência do que temos pela frente”, disse o deputado. “A plataforma básica de atuação, que servirá como importante instrumento na futura elaboração de uma Frente forte, se baseia em algumas diretrizes fundamentais.
Entre elas, constam: a ampliação e o fortalecimento da democracia, com o aumento da participação do povo nas decisões; a defesa da soberania, com a implementação de uma política externa que valorize os bens nacionais; e a reindustrialização e a modernização do parque produtivo do país, no contexto da chamada 4ª Revolução Industrial”. “Na esfera dos direitos humanos, se destaca a necessidade da construção de uma sociedade que supere preconceitos com a implementação de políticas públicas que combatam a violência.
O fortalecimento dos direitos sociais universais e as garantias a trabalho digno, à seguridade social, à previdência, à saúde e à assistência social, à educação e à cultura também estão em pauta”.