Em mensagem na abertura do 11º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), nesta terça-feira, em Brasília, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, falou dos desafios a serem enfrentados pelos governantes que serão eleitos em outubro para a consolidação de um ambiente de negócios que contribua para aproximar o Brasil do grupo de países desenvolvidos. “O Brasil não pode mais esperar uma agenda consistente de reformas estruturantes que conduza o país para um futuro de crescimento econômico sustentado”. “Se fizermos as escolhas corretas, poderemos colocar o Brasil na rota do crescimento e do bem-estar.
Se repetirmos erros do passado, o país continuará na rota da incerteza e do baixo crescimento”, disse, ao destacar que esta edição do ENAI ocorre às vésperas das eleições de 2018, momento em que as escolhas dos brasileiros serão decisivas para o futuro do país. “O setor produtivo necessita de sinais claros e firmes de que a política econômica se movimentará na direção de maior estabilidade, de melhoras institucionais e de criação de condições para que o Brasil fortaleça, de fato, a sua indústria”, cobrou.
Andrade defendeu o Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, documento que deu origem a 43 estudos que apresentam diagnósticos e propõem soluções para os entraves à competitividade do país e para a consolidação de uma indústria inovadora, global e sustentável.
Entre os antigos problemas a serem enfrentados, o Mapa trata do sistema tributário complexo e ineficiente, a infraestrutura precária, educação de baixa qualidade, financiamento caro e relações de trabalho que, até a modernização da legislação, eram regidas por uma legislação rígida e anacrônica.
Robson Andrade falou de problemas decorrentes da falta de governança no poder público, que leva a graves ineficiências na execução de políticas públicas e a má alocação e desperdícios nos gastos orçamentários em todos os níveis de governo.
O tema da insegurança jurídica é um dos fatores-chave para a competitividade trazidos no Mapa Estratégico e tema transversal nos 43 documentos que foram entregues aos candidatos à Presidência da República e nortearão as discussões do Diálogo da Indústria com os Candidatos à Presidência, que a CNI realiza em Brasília, nesta quarta-feira (4). “É muito preocupante quando vemos empresas deixando de produzir no Brasil, deixando de gerar empregos, por conta de problemas decorrentes da insegurança jurídica.
A insegurança nasce já no processo de formação de leis e é fruto, ainda, das crescentes tensões entre os Poderes da República e de disputas políticas, com enormes custos para a sociedade.
Isso gera uma incerteza sobre o presente, o passado e o futuro. É paralisante e, pela sua dimensão, equivale a uma crise de governança”, criticou Andrade.