O consumidor vai pagar mais caro pelo frete rodoviário.
O IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo) realizou uma pesquisa entre seus associados sobre o impacto diante do tabelamento do frete proposto pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
As empresas estimam um aumento significativo nos preços finais dos produtos, gerando uma inflação de aproximadamente 8%, que inevitavelmente será arcada pelo consumidor final.
O IDV pediu uma revisão desta medida para que os consumidores não sejam prejudicados.
LEIA TAMBÉM » Frete mínimo cria impasse para o governo » Sob pressão, governo revoga tabela de frete poucas horas após divulgá-la » Liminar da Justiça suspende tabela de preços para fretes » Caminhoneiros: ‘MP do frete’ é instalada no Congresso O assunto virou mais uma novela.
Há duas semanas, o presidente Michel Temer (MDB) disse considerar que o parecer contrário do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ao tabelamento do frete rodoviário, revelado pelo Broadcast/Estadão, não atrapalhava a resolução definitiva da crise dos caminhoneiros.
Temer disse que há uma ação na Justiça sobre a questão e que o governo vai esperar o Supremo Tribunal Federal (STF) tomar uma decisão.
O presidente falou com a imprensa após participar de almoço com líderes do Mercosul, nesta segunda-feira, 18, em Assunção, no Paraguai. “Nós fizemos uma grande composição com os caminhoneiros, vocês perceberam o drama que foi, e conseguimos pacificamente desmontar o movimento.
Agora, se o Supremo decidir de outra maneira, nós vamos obedecer”, declarou o presidente.
O Cade faz duras críticas no documento à criação da tabela de preços mínimos pela Medida Provisória 832, feita pelo governo federal para atender à reivindicação dos caminhoneiros que paralisaram o transporte rodoviário brasileiro no fim de maio.
O conselho afirma que a tabela de frete cria uma espécie de cartel, tem graves efeitos ao consumidor, prejudica o mercado e representa uma afronta à livre concorrência.
A manifestação do Cade foi feita a pedido do ministro do STF Luiz Fux, relator de ações que questionam a constitucionalidade da medida.
Na sexta-feira, o Ministério da Fazenda também enviou um posicionamento contrário ao tabelamento de preços, enquanto a Advocacia Geral da União defendeu a medida.