O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, declarou que há a possibilidade do governo não conseguir privatizar a Eletrobras até o fim deste ano.
Em viagem aos Estados Unidos, ele detalhou que o cronograma está cada vez mais apertado para que a venda da estatal saia ainda em 2018. “Os prazos estão mais curtos para fazer uma operação esse ano.
E a gente ainda não aprovou a lei da privatização das distribuidoras.
Existe sim a possibilidade de não ocorrer este ano”, afirmou Guardia.
O ministro também ressaltou que a privatização das distribuidoras estaduais deficitárias é precondição para a operação de capitalização da Eletrobras.
Segundo Guardia, o processo de venda de seis distribuidoras de energia elétrica vinculadas à estatal, que têm acumulado prejuízos, prejudica o processo de privatização da empresa.
Para o coordenador-geral de Planejamento Estratégico, Supervisão e Avaliação da Gestão do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Brandão, a privatização da Eletrobras poderá reduzir a tarifa de energia elétrica para o consumidor em médio e longo prazo. “No agregado, tanto no curto prazo, em 2019, quanto em médio e longo prazos, quando já entram outros elementos que nem foram quantificados, de aumento de eficiência e redução de perdas, o desenho aponta para um impacto, na média, para o consumidor mais baixo”, defende Brandão.
A conta de luz da população pode começar a ficar mais barata já em 2019 se a Eletrobras, empresa responsável pela geração, transmissão e distribuição de energia elétrica do país, for vendida.
Esta é a aposta do governo federal.
No dia 15 de junho, o governo publicou o edital de leilão das distribuidoras e aguarda a aprovação pelo Congresso de um projeto de lei que trata especificamente dessas empresas.
A proximidade do recesso parlamentar, aliada às festas de São João e Copa do Mundo, dificultam a tramitação do projeto na Câmara.
Originalmente, os leilões das distribuidoras estão marcados para 26 de julho.
Relator da comissão especial da Câmara responsável por analisar a privatização da Eletrobras, o deputado José Carlos Aleluia, do DEM da Bahia, defende que se for privatizada, a estatal irá atuar como uma corporação. “A União não vai controlar.
Não será uma estatal, mas a União terá o controle sobre grandes decisões.
Desnacionalizar a empresa não era possível.
Portanto, a União garantirá que essa empresa será, no conceito de jargão do mercado, uma corporação.
E não uma empresa de propriedade de nenhum dos empresários do setor, nem do Brasil nem de fora”, disse o parlamentar.
Enviado ao Congresso no início do ano, o projeto de lei que permite a privatização da Eletrobras tramita na Câmara dos Deputados, mas a comissão especial que discute a proposta não se reúne desde maio.
A privatização da Eletrobras pode render até R$ 12,2 bilhões ao governo apenas com o pagamento da concessão de hidrelétricas da estatal pelo futuro controlador.
De acordo com o projeto apresentado pelo presidente Michel Temer e enviado ao Congresso Nacional, cerca de 60% das ações da Eletrobras serão colocadas à venda ao mercado.
A União continuará detentora dos 40% restantes.
Nenhuma das empresas interessadas poderá adquirir mais do que 10% das ações, o que deixaria o governo como maior e principal acionista.