Fontes palacianas informam, sob reserva, que o governador Paulo Câmara (PSB) foi orientado, por estrategistas de campanha e conselheiros políticos, para “submergir”, abandonando a linha de frente das aparições na imprensa por parte do Governo do Estado.
A orientação começou nesta segunda-feira (28), alçando o secretário estadual de Planejamento, Márcio Stefanni, a ser “a cara” do Governo do Estado na crise dos combustíveis. “Stefanni é quem vai aparecer”, diz um político da Frente Popular, sob reserva.
O objetivo é evitar que a candidatura de Paulo Câmara à reeleição seja “contaminada” por esta crise dos caminhoneiros. “A orientação do Palácio é atribuir a responsabilidade ao governo federal, como de fato é”, diz outra fonte.
Márcio Stefanni já está seguindo esta estratégia.
Todas as entrevistas, para rádios e TVs, já estão sendo concedidas por ele.
A orientação é tão importante, que, mesmo sem ter sala no Palácio (a sua secretaria é na Rua da Aurora), o secretário foi orientado a permanecer no Palácio do Campo das Princesas, para fazer os “ao vivo” das emissoras de TV.
Até a manhã de segunda, era o próprio governador que estava exercendo este “papel” pelo Governo. “Outra medida foi que a primeira página do Diário Oficial colocou apenas uma foto dele [STEFANNI]em destaque”, revela a fonte.
Antes, as publicações oficiais sobre a crise dos caminhoneiros estavam destacando a pessoa e a imagem do governador Paulo Câmara.
Outra medida do governador Paulo Câmara, segundo informações de bastidores, foi uma “orientação” aos poderes estaduais para retormar o expediente normal nesta terça-feira (29).
O Tribunal de Justiça já tinha suspendido o expediente até quarta-feira (30), mas voltou atrás na noite desta segunda-feira (28). “O governador que passar a sensação de normalidade para a população, pois considera que vai ajudar a acelerar o fim da crise”, revela a fonte do Poder Executivo, sob reserva.
O governo do Estado rebateu a estratégia. “De quinta para cá, o governador Paulo Câmara deu duas coletivas, reuniu chefes dos poderes, representantes da sociedade civil, comandou dezenas de reuniões com o gabinete de crise.
Além disso, já deram entrevistas Antônio de Pádua (Defesa Social), Iran Costa (Saúde), Fred Amâncio (Educação) e André Campos (Casa Civil), sem esquecer o Corpo de Bombeiros e o Grande Recife.
A entrevista na Rádio Jornal da manhã desta terça-feira foi a emissora que procurou Stefanni.
O mesmo se deu com a entrevista à TV Globo Nordeste no NETV1.
Quem passou essa “estratégia” não deve fazer parte do núcleo de Governo.
Não houve recomendação nenhuma da comunicação em “poupar” o governador.
Quando o governador e a nossa equipe avaliam que é importante, faz coletivas.
Fez na sexta e no domingo.
Fará tantas quantas forem necessárias.
A preocupação do governador é ajudar a resolver um problema que foi criado pelo Governo Federal com a política de preços adotada pela Petrobras.
Como governador, ele tem essa responsabilidade.
Campanha só em agosto”.