O líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), defendeu nesta segunda-feira (28) a demissão do presidente da Petrobras, Pedro Parente. “Esse gestor já se mostrou incapaz de poder tocar uma empresa do porte da Petrobras em uma situação de crise como essa.
E quer calçar um sapato 41 num pé 38 de todo jeito”, afirmou o petista em coletiva de imprensa em Brasília.
A informação é de Romoaldo de Souza, correspondente da Rádio Jornal. “Isso o Brasil inteiro está pedindo desde a semana passada”, afirmou o senador. “Essa política pode dar certo em outros lugares, mas no Brasil hoje ela é suicida”.
Foto: Divulgação Parente foi criticado por causa da política de preços adotada pela Petrobras desde o ano passado, que permite a reajustes mais frequentes, até diários, de acordo com o mercado internacional de petróleo e a variação do dólar.
LEIA TAMBÉM » Crise dos caminhoneiros expõe dependência de único meio de transporte » ‘Novas paralisações, neste momento, são inaceitáveis’, reclama CNI » Entenda como o governo irá viabilizar a redução no preço do diesel Com os caminhoneiros em greve defendendo mudanças na gestão dos preços e a queda do valor do óleo diesel, o presidente da Petrobras defendeu a política e foi criticado.
Ao longo da semana passada, quando os motoristas já estavam paralisados, surgiram rumores sobre a sua saída do cargo, sempre negadas por ele e pelo governo.
Em meio às discussões no Congresso Nacional sobre as Medidas Provisórias editadas pelo presidente Michel Temer (MDB) para atender à pauta dos caminhoneiros e a redução de R$ 0,46 no preço do diesel, que deve ser congelado nos próximos 60 dias, Humberto Costa defendeu uma pauta mais “global”.
Para o petista, deve ser debatida a política de preços da Petrobras, o que os líderes do governo negam. » Estados avisam que, sem a Cide, ficarão sem recursos para estradas » Chegam ao Congresso primeiras MPs do acordo com caminhoneiros » Governo demorou, deveria ter agido antes, diz Alckmin » Parente distribui carta a empregados para tentar evitar paralisação “Logicamente nós queremos que seja cumprido o acordo que foi feito entre o governo e os caminhoneiros e queremos que essa paralisação termine logo, porém, nós entendemos que essas medidas não são suficientes porque nós achamos que é necessário haver um debate sobre a política de preços dos derivados do petróleo e outros temas importantes como a importação de derivados, a subutilização das refinarias”, explicou. “A Petrobras não pode trabalhar unicamente para garantir a lucratividade dos seus acionistas”, defendeu.