O legado de caos do governo Temer Por Lucas Ramos, deputado estadual pelo PSB Redução de 30% da frota de ônibus, filas quilométricas nos poucos postos onde ainda era possível encontrar combustível vendido a preços abusivos, protestos, pânico geral por medo de desabastecimento.
Pernambuco e o Brasil viveram o caos na última quarta-feira (23), mais uma marca registrada de um governo catastrófico.
Priscila Krause pede a Paulo Câmara para antecipar redução do ICMS sobre gasolina e diesel prevista para 2020 As indústrias ameaçaram interromper as linhas de produção e o comércio fechar as portas, deixando sob risco os empregos.
O homem do campo acordou sem saber se teria condições de colocar suas máquinas para rodar e produzir os alimentos que abastecem a mesa da população.
Os serviços públicos de Saúde, Segurança e Educação iniciaram planos de emergência para não entrarem em colapso.
Esse é o legado deixado ao povo brasileiro pelo presidente da República Michel Temer, pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, e pelo Ministério de Minas e Energia – conduzido de forma desarticulada, desastrosa e longe de atender o interesse público nos últimos dois anos.
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Classe trabalhadora que desde julho do ano passado paga 57,78% a mais pelo litro do diesel para abastecer os quatro cantos do Brasil.
A alta 21 vezes maior que a inflação do País no período é reflexo direto de uma Petrobras que se comporta como se já fosse uma empresa privada.
A estatal, patrimônio brasileiro, pratica há 11 meses a chamada “política de paridade internacional” para definir o valor da gasolina e do diesel nas refinarias.
Sistema articulado e implementado por Pedro Parente, conhecido desde a época do apagão elétrico do governo FHC como “Senhor das Trevas”.
Quase que diariamente, sem aviso prévio, os valores são reajustados, segundo o humor do mercado estrangeiro e repassados aos brasileiros.
O efeito cascata produzido pelas majorações rebate nos preços de todos os bens e serviços e achata o poder de compra da população.
De tão perversa, recebe críticas até da base de sustentação do Governo Federal, como as proferidas pelo presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira (MDB) Enquanto isso, os gestores e executivos celebram nas coxias do Palácio do Planalto a valorização das ações e do “valor de mercado” da Petrobras.
A que custo?
O trabalhador que no final do expediente de ontem chegou a pagar R$ 9 por um litro de gasolina no Grande Recife para poder chegar em casa tem a resposta.
O consumidor, a dona de casa, a trabalhadora, a estudante, o empresário, o produtor rural, o motorista de caminhão, todos precisam de previsibilidade, transparência e de uma empresa pública que mire desenvolvimento e geração de riquezas, orientada a contribuir com a redução de desigualdades no País.
Congelar preços artificialmente, manobra intervencionista praticada pelo Governo Federal em anos anteriores, se mostrou desastroso para a saúde financeira da Petrobras.
Assim como a nova política de paridade, que penaliza quem é mais vulnerável e, nos últimos três dias, instaurou o caos no Brasil.
A situação do brasileiro seria muito pior se a sandice de privatizar o sistema elétrico fosse levada a cabo, entregando de vez o patrimônio público a empresas que miram apenas o lucro.
Outra ideia desastrosa formulada ano passado pelo ex-ocupante do oitavo andar do Bloco U da Esplanada dos Ministérios, endereço do gabinete do ministro de Minas e Energia.
Acuados, no apagar das luzes da quarta-feira, os executivos da Petrobras e o presidente Temer decidiram, na base da canetada, reduzir em 10% o valor do diesel por 15 dias.
Ao contribuinte, resta aguardar as cenas dessa novela dramática e refletir: e se a Petrobras fosse privada, qual seria a política de frear os preços praticados em um momento de crise como o que vivenciamos?
O que não foi alardeado é que, desprovido de articulação política, o Governo Federal sofreu derrotas na Câmara dos Deputados, vendo encerrar a desoneração da folha de pagamentos de apenas 28 de 56 setores produtivos, engolindo a decisão de zerar a PIS/Cofins sobre o diesel até o final do ano e, com isso, tendo que fechar o Fundo Soberano, essencial para controle da alta no dólar, para simplesmente meter a mão no dinheiro e tentar cobrir o rombo nas contas públicas.
Tudo isso em um único dia.
Já virou sina: estados, municípios e os trabalhadores mais uma vez sacrificados, pagando a conta da má gestão e péssima administração dos recursos públicos.
Entre “Parentes” e outros “Filhos” deste desgoverno, não tenho o que “Temer”.
Estou do lado do povo brasileiro.