Túlio Gadelha, pré-candidato a deputado federal pelo PDT de Pernambuco, defendeu neste domingo (20) as articulações nacionais entre o seu partido e o PSB. “É uma construção natural.
São dois partidos de centro-esquerda que estão dialogando e esse é o momento de diálogo mesmo”, afirmou.
Ex-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária do Estado de Pernambuco (Iterpe), ele foi demitido do governo Paulo Câmara (PSB) em janeiro, dois meses depois de assumir, e tem feito críticas tanto à gestão socialista quanto ao presidente estadual do próprio partido, o deputado federal Wolney Queiroz. “O PSB de Pernambuco é uma coisa, o PSB nacional é outra coisa.” “Faço críticas ao governador Paulo Câmara pela forma como ele tem feito a gestão, mas não seria por isso que não deveria existir uma aliança visando um projeto nacional para o partido”, afirmou.
As negociações entre PSB e PDT cresceram depois que o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa abriu mão da candidatura à presidência.
Os socialistas podem chegar a ocupar a vice de Ciro Gomes.
Em Pernambuco, hoje, o PDT integra a base de apoio do governo e tem uma secretaria, a de Agricultura, a que o órgão que foi presidido por ele está ligado.
Questionado se considera que o partido deveria deixar de ser aliado de Paulo Câmara, respondeu: “eu sou a favor do PDT ser mais democrático, chamar os membros da direção estadual, chamar os membros do diretório nacional, os presidentes de movimentos.
A comissão que hoje é presidida pelo presidente Wolney se reuniu apenas duas vezes em quatro anos.
Eu acho que a gente precisa rever a forma de fazer política e construir partido no Brasil”.
Gadelha esteve neste domingo no ato realizado pela vereadora do Recife Marília Arraes (PT), em defesa da sua pré-candidatura ao Governo de Pernambuco, contra Paulo Câmara.
O PT hoje está dividido entre ter um nome próprio ao Palácio do Campo das Princesas ou apoiar a gestão socialista, posição adotada pelo senador Humberto Costa. “Acho que a democracia ganha com a candidatura de Marília, o povo de Pernambuco ganha.
E eu acho que já se foi o tempo de conchavos e apoios políticos espúrios que tentam impedir candidaturas legitimas.
A candidatura de Marília é legitima”, defendeu.
A aliança entre PT e PSB em Pernambuco depende do cenário em Minas Gerais, onde também há uma construção envolvendo o PDT.
Segundo informações de bastidores, os petistas impõem para desistir de ter candidatura própria no Estado o apoio dos socialistas em Minas à reeleição do governador Fernando Pimentel, do PT.
Para isso, o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB) não deveria disputar o governo.
Ele é cotado para a vaga de vice de Ciro Gomes (PDT) depois que Joaquim Barbosa desistiu.