Ter o nome do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) citado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao reforçar a denúncia contra o senador Fernando Bezerra Coelho, ex-socialista e hoje no MDB, teria pesado contra a candidatura do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa. É o que afirma o jornal O Globo.

O ex-presidente da Corte anunciou a desistência de disputar a presidência da República nesta terça-feira (11), pelo Twitter.

O partido afirmou em nota que o motivo foi “reflexão de foro íntimo”.

Está decidido.

Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão.

Não pretendo ser candidato a Presidente da República.

Decisão estritamente pessoal. — Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) 8 de maio de 2018 Joaquim Barbosa foi relator do mensalão.

Segundo o jornal O Globo, o ex-ministro poderia ter a legitimidade de seu discurso contra a corrupção questionada em uma campanha presidencial pelo PSB.

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Denúncia No documento, Dodge afirma que “o então governador Eduardo Campos tinha atribuição para tratar de todas as questões de infraestrutura e de incentivos fiscais relacionadas à Rnest (Refinaria Abreu e Lima).

Ele só não foi denunciado porque faleceu, extinguindo-se sua punibilidade”. » Em delação, dono de avião diz que usou obras federais para ‘propina’ a Eduardo Campos » PSB pagaria locação de avião de Eduardo Campos após registro de empresa, diz delator » Irmão de Eduardo Campos vai à Justiça apontando ‘sabotagem’ em avião » João Carlos Lyra recorre ao STJ para não pagar indenização pelo avião do acidente de Eduardo Campos » Odebrecht tentou pagar propina a Eduardo Campos por conta na China, diz delator O memorial foi encaminhado ao Supremo nessa segunda-feira (7), antes do relator do caso, ministro Edson Fachin, decidir encaminhar o inquérito para a 13ª Vara Federal, sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro.

O Ministério Público Federal (MPF) acusa Fernando Bezerra Coelho de ter recebido pelo menos R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa entre 2010 e 2011, quando era secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, no governo Eduardo Campos. “A corrupção de Fernando de Souza Coelho está estreitamente vinculada à corrupção do ex-governador pernambucano.

Uma está estreitamente imbricada com a outra”, acusa o documento.

Além do senador, são acusados os empresários Aldo Guedes, ex-presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) e considerado braço direito do ex-governador, e João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, comprador do avião usado por Eduardo Campos na campanha presidencial de 2014.

Ambos são apontados como operadores do suposto esquema.