Por três votos a dois, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou nesta terça-feira (8) uma denúncia contra o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) na Operação Lava Jato.

Com isso, o parlamentar pernambucano torna-se réu na Corte.

Após questionamento da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, por causa da decisão que restringiu o foro privilegiado a investigações relacionadas ao mandato, o relator do caso, Edson Fachin, decidiu que o caso permanecerá com os ministros porque, embora a suspeita seja relacionada à legislatura anterior, o deputado foi reeleito.

Eduardo da Fonte é acusado de pedir R$ 300 mil para beneficiar a UTC nas obras da Coquepar, que seria construída no Paraná para fazer o processamento de coque da Petrobras.

LEIA TAMBÉM » Dodge pede que caso de Eduardo da Fonte vá para Moro se sair do STF Os votos favoráveis ao recebimento da denúncia foram de Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

Foram vencidos Dias Toffoli e Gilmar Mendes. » STF decide que apenas parlamentares serão afetados por restrição de foro » Toffoli abre 3ª via e defende redução do foro para outras autoridades » Gilmar Mendes usa julgamento do foro para bater em Marcelo Bretas e no Ministério Público » Ex-assessor de Eduardo da Fonte está sob proteção da Polícia Federal » STF nega reabrir investigação contra Eduardo da Fonte, alvo da PF A denúncia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro foi apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo em 2016.

Segundo o MPF, o ex-executivo da Petrobras Djalma Rodrigues de Souza, alvo da Operação Satélites este ano e também denunciado, apresentou Eduardo da Fonte ao ex-presidente da UTC Ricardo Pessoa como alguém que poderia ajudar a construtora entre 2009 e 2010, ou seja, na legislatura anterior.

Em depoimento, o empresário acusou o parlamentar de lhe ludibriar, porque as obras não foram efetivadas. » PF conclui buscas em gabinetes de Eduardo da Fonte e Ciro Nogueira » Confiamos na Justiça e em Deus, afirma Eduardo da Fonte » PF investiga obstrução de Justiça por parte de Eduardo da Fonte e Ciro Nogueira Segundo a denúncia, houve reuniões na sede da empreiteira, em São Paulo, para estabelecer o valor da suposta propina.

O MPF afirmou que Pessoa pagou R$ 300 mil que teriam sido solicitados pelo deputado, sendo R$ 100 mil em espécie e R$ 200 mil em doações oficiais ao diretório estadual do Partido Progressista em Pernambuco, valor que teria sido repassado à sua campanha de 2010.

Pela assessoria de imprensa, Eduardo da Fonte afirmou: “reitero que estou à disposição da Justiça para que os fatos sejam esclarecidos o mais rápido possível e que a verdade prevalecerá”.

Outras acusações contra Eduardo da Fonte No fim do ano passado, a Segunda Turma do Supremo arquivou outra denúncia contra Eduardo da Fonte.

A PGR, com base na delação do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, acusava o deputado de ter intermediado o repasse de 10 milhões de reais ao então presidente do PSDB, Sérgio Guerra, para barrar a CPI da Petrobras no Senado em 2009. » Dodge pede arquivamento de investigação contra deputados do PP, incluindo Eduardo da Fonte » PP de Eduardo da Fonte já tem nome para presidência de Suape » Procurador Regional diz que suposta ‘negociação de propina’ por Eduardo da Fonte ‘está gravada em áudio e vídeo’ » Prioridade do PP é o Senado, com Cleiton Collins ou Eduardo da Fonte » Votos de Celso de Mello ou Lewandowski podem definir se STF aceita denúncia do MPF contra Eduardo da Fonte Eduardo da Fonte ainda é investigado pelo MPF por suposta prática de associação criminosa com outros integrantes do PP em Brasília.

O parlamentar foi alvo há duas semanas de mandados de busca e apreensão no seu gabinete, na Câmara dos Deputados, e em imóveis em Brasília e no Recife.

Eduardo da Fonte e o presidente do seu partido, o senador Ciro Nogueira (PI), são acusados de tentar comprar o silêncio de um ex-assessor que tem colaborado com as investigações.